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Mais de 500 pessoas submetidas a trabalho escravo na Argentina

A exploração do trabalho escravo, que malgrado o esforço do nosso Ministério do Trabalho tem crescido ultimamente, não é uma exclusividade do Brasil. Acaba de ser descoberto na vizinha Argentina, nossa principal parceira no Mercosul, conforme noticiou a jornalista Gisela Teixeira em seu blog Aquí me quedo. Detalhe: a mídia golpista do país (Clarín e La Nación) defenderam, inclusive com editoriais, as empresas que praticam a abominável exploração. Confira abaixo:

“A Argentina começou o ano com um escândalo.

“O Ministério do Trabalho [argentino] encontrou nos últimos dias cerca de 500 pessoas contratadas em regime de semi-escravidão em fazendas de soja e milho de importantes empresas agropecuárias, na província de Buenos Aires.

“A primeira denúncia foi feita pelo jornal Página 12 e envolve a empresa Nidera, líder nacional na produção de sementes, com filial também no Brasil. Ela mantinha 130 trabalhadores em péssimas condições laborais.

“Em seguida a Justiça encontrou outras 279 pessoas (inclusive menores) em situação similar nas empresas Southern Seeds Production e Satus Ager. Outros 126 camponeses foram localizados em mais dois campos dos pampas.

“A situação é sempre a mesma. Gente que chega do norte – em geral oriundos de Santiago del Estero e Tucumán – em busca de trabalho. Acabam reduzidos à servidão, com mais de dez horas de trabalho por dia e repouso em locais insalubres, casas feitas de placa de metal, sem luz nem água encanada. A água para o banho vem em recipientes de agrotóxico.

“Na maioria das vezes os empregados não podem sair das propriedades e não têm a menor idéia do salário que receberão.

“Para completar, descontam dos salários as provisões que elas mesmas vendem a preços alucinantes (inclusive comida que é distribuída gratuitamente por meio de programas sociais do governo).

“No caso da Nidera, a companhia cobrava, segundo o jornal Página 12, cerca de 40 reais por um saco de batatas, mais de 25 reais por um frango, seis reais por um maço de cigarro e oito por um quilo de pão velho.

“Os jornais Clarín e La Nación insistiram em ficar apenas com as declarações das empresas, que negam fortemente as acusações. O La Nación chegou, inclusive, a pedir em editorial ´que as graves denúncias fossem investigadas sem contaminações políticas e ideológicas´.”