Chuvas inundam prefeitura em Franco da Rocha; 23 já morreram

O centro da cidade de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foi completamente alagado na manhã desta quarta-feira (12), depois que fortes chuvas atingiram a região. Segundo a Defesa Civil municipal, entre os edifícios atingidos estão o Fórum, a Câmara e a delegacia da cidade. No prédio da Prefeitura, um dos mais atingidos, a água chega a 2 metros.

Moradores usam bote e caiaque para atravessar rua em Franco da Rocha, na Grande São Paulo

Até o momento, não foram registrados incidentes mais graves. A chuva deu uma trégua por volta de 5h e agora a população espera a água baixar.

Todo o efetivo dos bombeiros está circulando pela cidade, muitas vezes em botes, para resgatar moradores ilhados. Além dos prédios da administração municipal, escolas, edifícios comerciais e algumas residências foram atingidas. A região central é predominantemente comercial.

Ainda segundo a Defesa Civil, as comportas da barragem Paulo de Paiva Castro, que fica em Franco da Rocha, foram abertas gradativamente, o que contribuiu para o transbordamento do rio Juqueri. De acordo com o órgão, a população conseguiu ser avisada antes da possibilidade de enchentes e pôde se preparar. Muitas famílias foram para casas de parentes e amigos até que a situação se normalize.

A Prefeitura informou que as fortes chuvas elevaram o nível da água represada no Sistema Cantareira e um alerta foi lançado para a necessidade de dar vazão à água e manter o nível máximo de segurança.

O sistema é composto por seis barragens, que passam pelos municípios de Bragança Paulista, Piracaia, Vargem, Joanópolis, Nazaré Paulista, Franco Da Rocha, Mairiporã, Caieiras. A represa de Paiva Castro fica na parte mais baixa, portanto recebe a água acumulada nos demais pontos do sistema.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que, por causa dos alagamentos, a circulação de trens foi interrompida no trecho entre Caieiras e Franco da Rocha, na linha 7-Rubi, que liga a Estação da Luz à Estação Francisco Morato. Foi acionado o Plano Paese, de oferta gratuita de transporte com ônibus, mas na região central esses veículos também não conseguem rodar.


Chuva provoca 23 mortes no Estado

A Defesa Civil Estadual colocou cinco cidades paulistas em alerta em razão das chuvas. Em todo Estado, 23 pessoas morreram desde o dia 1º de dezembro, segundo o levantamento da Operação Verão.

Do total de mortes, 17 ocorreram em razão de deslizamentos, duas em enchentes e o restante por outros motivos relacionados às chuvas. Estão em alerta os municípios de Mauá, Atibaia, Jundiaí, Sumaré e São José dos Campos.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, as cidades de Pracinha e Sumaré decretaram situação de emergência. Já a Prefeitura de Atibaia afirma que decretou emergência nesta terça-feira, mas a cidade ainda não é contabilizada pela Defesa Civil.

Estão em atenção para novas chuvas: Águas de Lindoia, Americana, Amparo, Bragança Paulista, Campinas, Campo Limpo Paulista, Hortolândia, Itapira, Itatiba, Jarinu, Jundiaí, Limeira, Lindoia, Nazaré Paulista, Pedreira, Piracaia, Rio Claro, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Valinhos, Várzea Paulista, Mairinque, Ribeirão Grande, Sorocaba, Votorantim, parecida, Bananal, Cruzeiro, Jacareí, Paraibuna, Santa Branca, São Bento do Sapucaí, Lavrinhas, São Luis Paraitinga, Cubatão, Guarujá, Santos e São Vicente.


Quantidade de chuva

A chuva que atinge a cidade de São Paulo desde o início do ano já soma 99,7% do esperado para todo o mês de janeiro, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura. Desde o dia 1º de janeiro, choveu 238,3 mm.
Em 2010, o volume de chuvas em janeiro foi de 157,3 mm, apenas 66% do esperado para todo mês de janeiro.

Os meteorologistas do CGE afirmam que, no ano passado, houve chuva todos os dias, o que não deve acontecer neste ano.

Fonte: Uol