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PCdoB participa da Festa dos Abraços no Chile

Envida pela Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB ao Chile, a camarada Ana Rocha — presidente do Partido no Rio de Janeiro e membro do Comitê Central —, participou da Festa dos Abraços, realizada pelo Partido Comunista chileno entre os dias 8 e 9 de janeiro.

A festa realizada no parque O’Higgins é uma celebração da democracia – que superou os mais duros anos da ditadura chilena – e tem o significado da resistência e da solidariedade dos abraços. No texto abaixo ela faz um relato sobre o evento.
 
Fiesta de los Abrazos no Chile

O Chile sempre me emociona. A forte energia de sua natureza, de flores e vegetação deslumbrantes, da cordilheira que percorre o país de ponta a ponta, dos vulcões, dos lagos e do deserto de Atacama. Mas não é só a natureza e sua culinária marcante que impressionam, mas sobretudo, seus heróis e seus poetas, cuja expressão máxima é Pablo Neruda, comprometido e totalmente engajado na luta democrática. Como não se emocionar com a história de Victor Jara, o cantor e compositor chileno que foi morto pela ditadura. Seu canto parecia tão ameaçador para os repressores que lhe cortaram os braços para que não tocasse sua guitarra e cantasse seu canto libertador.

Por Ana Rocha*

Assim que foi com alegria que aceitei o convite de ir a Santiago representar o PCdoB na 24º Festa “de los Abrazos”, promovida pelo Partido Comunista do Chile. A festa realizada no parque O’Higgins, nos dias 8 e 9 de janeiro de 2011, foi uma verdadeira celebração da democracia, e que resistiu aos mais duros anos da ditadura. Por isso ela tem o significado da resistência e da solidariedade dos abraços. Fóruns de debates, cultura, teatro, vídeos, lançamentos de livros, jogos infantis e uma grande variedade de tendas de alimentação. É uma verdadeira comemoração dos comunistas chilenos pela chegada do ano novo. Ao final de cada dia de debate e atividades diversas um show com artistas queridos como Tommy Rey, Camila Moreno, Chinoy, Fulano, Commocion, Santa Feria e Max Berru. Aí o tom eram as canções de Vitor Jara e Violeta Parra, acompanhadas em coro por jovens e velhos comunistas.

As fotos gigantes de Gladys Marin espalhadas pelo parque lembravam a força e importância dessa lutadora que foi presidente do Partido Comunista do Chile por vários anos. Foi justamente no espaço Gladys Marin que ocorreu o ato de abertura da festa sob o lema “Convergência Política e Social”. Esse lema da festa expressa o principal conteúdo das resoluções políticas aprovadas 24º Congresso Nacional do PC do Chile, que tem como alvo a busca de uma convergência política ampla com outras forças políticas para derrotar a direita nas próximas batalhas eleitorais e instalar um governo de novo tipo no país. Falaram representantes de diversos partidos locais que compõem as forças de oposição ao atual governo direitista de Pinera. Os Socialistas Allendistas, o Partido Humanista, a Esquerda Cristã, o MAS, dentre outros. O ato foi encerrado pelo Presidente do PC do Chile, Guillermo Teillier, que saudou a abertura da festa e conclamou as demais forças presentes a fortalecer desde já uma oposição ao governo de direita de Piñera e criar condições de vencer as próximas batalhas eleitorais. Também estavam presentes representações diplomáticas de Cuba, Vietnam, Nicarágua, Venezuela, representantes comunistas da Argentina, Cuba, França e Brasil.

No domingo pela manhã, dia 9, houve um debate sobre a conjuntura internacional no espaço Gladys Marin, da qual participei ao lado de Jean Ortiz, representando o L’Humanite, e de Gabriel Diaz, da Direção Nacional da Federação Juvenil Comunista da Argentina.

Tiveram destaque na festa, a tenda dos três parlamentares do PC do Chile, Guillermo Teillier, Presidente do PC do Chile, Lautaro Carmona e Hugo Gutierrez ; a Praça das Letras, uma tribuna para escritores; o espaço da Assembleia Nacional dos Direitos Humanos, com a participação de familiares de presos e desaparecidos políticos; o espaço da Soberania Nacional, em defesa do cobre e de outras riquezas; espaços de debate sobre educação, saúde e habitação. Outra presença marcante foi da Central Unitária dos Trabalhadores.

Estimativa de uma circulação de cerca de 20 mil pessoas nos dois dias da festa. Além dos debates e shows o tom animado da festa foi dado pelas tendas de alimentação montadas pelas direções do PC do Chile das diversas regiões do país. Aí se davam os encontros e abraços de jovens e antigos comunistas. Ponto de reencontro e de saudação pela entrada do novo ano.

* Ana Rocha é presidente Estadual do PCdoB-RJ e membro da Comissão Política Nacional do PCdoB