Revista cearense será dedicada à deficiencia

“Superando” é o título da revista criada por Alderico Mesquita Magalhães Neto, estudante de Jornalismo da FaC – Faculdades Cearenses. Apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a revista é, de acordo com o futuro jornalista, a primeira de uma série que ele pretende publicar, enfocando questões relativas às pessoas com deficiência. Alderico teve poliomielite aos seis meses de idade e, como cadeirante, é um exemplo de superação. Aos 32 anos, está concluindo o terceiro curso superior.

“A paralisia infantil não foi empecilho porque tive uma base muito boa da família”, diz ele. Alderico conta que, desde criança, estudou em escolas regulares e, em 1999, passou pela primeira vez no Vestibular. Cursou dois anos de Agronomia na Universidade Federal do Ceará, mas acabou trancando o curso. Resolveu mudar de área e concluiu duas graduações – História e Geografia – na Universidade Vale do Acaraú (UVA). Em 2006, despertou nele a vontade de cursar Jornalismo. Depois de tirar nota 10 no TCC, vai colar grau em festa no dia 27 de fevereiro próximo na FaC.

Sob orientação da Profª Luciana Barroso, ele pode exercitar todas as fases da produção de uma revista: Apurou, redigiu, editou as matérias e acompanhou o processo de impressão na gráfica. A matéria de capa é intitulada “Acessibilidade – Derrubando as barreiras arquitetônicas e culturais”. Entre as reportagens estão uma sobre a Lei de Cota outra sobre acessibilidade na cidade, além de entrevistas com uma cadeirante grávida e um para-atleta.

A intenção de Alderico agora é patentear a marca e conseguir parceiros e patrocinadores para levar adiante a revista. Ele quer fazer matérias que mostrem como a sociedade pode colaborar para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Segundo ele, é muito importante o papel de profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, engenheiros, arquitetos e comunicadores.

Quando indagado sobre as dificuldades que teve para fazer a revista, Alderico destaca “apenas as arquitetônicas”. A falta de rampas em determinados locais onde foi fazer entrevistas dificultaram o trabalho. “Às vezes um batente não faz a menor diferença para as pessoas em geral, mas para quem usa uma cadeira de rodas, sim”, diz. E é só em momentos assim que ele diz lembrar de sua limitação física. Confiante e determinado, o jovem diz que, das dificuldades, prefere extrair lições.

Alderico nasceu em Fortaleza, mas sua família é de Reriutaba, a 309 km da capital, na microrregião de Sobral. É o mais velho dos quatro filhos. A caçula, Beatriz Lopes Magalhães, 21 anos, estudante de Enfermagem, é inspirada pela força de vontade do irmão. “Todo dia é nele que encontro motivação para acordar. Todo dia é ele que dá lição de vida pra gente”, declara.

Fonte: Agência da Boa Notícia