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Centrais sindicais mobilizam trabalhadores por mínimo de R$580

As Centrais Sindicais CTB, CUT, CGTB, Força Sindical, Nova Central e UGT estão convocando os trabalhadores para uma Mobilização Nacional nesta terça-feira (18) pelo aumento do salário mínimo para R$580,00 e a manutenção da política de valorização iniciada no governo Lula.

As mobilizações serão iniciadas amanhã no chamado Dia de Luta em Defesa do Salário Mínimo, em São Paulo, em frente à Receita Federal. Além da mobilização do dia 18, também será realizado um ato que voltará a incorporar os idosos nesta batalha. A mobilização foi nomeada como Dia do Aposentado e acontece no dia 24.

Os dirigentes decidiram também pedir uma audiência emergencial com a presidente da República, Dilma Rousseff, para retomar as negociações iniciadas com o governo no final do ano passado.

Além do aumento do mínimo, as Centrais unidas vão lutar pela correção da Tabela do Imposto de Renda, repondo a inflação de 2010, e pelo reajuste do salário dos aposentados que ganham acima do mínimo nos mesmos patamares de 2010, quando o governo deu um aumento que representou 80% do que foi dado ao piso.

Unidade e mobilização

O presidente da CTB, Wagner Gomes, falou que “além do pedido de audiência com a presidente Dilma, temos que fazer mobilização e panfletagens nos estados já na semana que vem (esta semana). Vamos precisar mobilizar para aumentar esse valor, se não vai ficar em R$ 540”.

Os dirigentes sindicais complementam a ideia um do outro demonstrando unidade na ação. “Nós temos um acordo com o governo que pretende recuperar o salário mínimo gradativamente até 2023. Esta política estipulou uma base para o aumento, não um teto, que é a inflação e o PIB de dois anos antes. Para que a recuperação ocorra é necessário ter aumento real, senão estaremos criando um hiato neste processo que se mostrou extremamente benéfico para o país”, afirmou o presidente da CGTB, Antonio Neto.

O secretário geral da CUT, Quintino Severo, ressaltou que “a unidade e a mobilização da classe trabalhadora voltará a ter papel fundamental neste início de ano para garantir os avanços que dizem respeito a um projeto de desenvolvimento nacional, a um projeto de país”.

“O ideal é a gente insistir na negociação com o governo. Ganhar essa primeira batalha é fazer a Dilma nos receber. Ela nos recebendo, com certeza sai um acordo. Enquanto isso vamos fazer manifestações e entrar na Justiça pela correção da tabela do Imposto de Renda. ”, completou o presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (Paulinho).

“Nós, as Centrais, estamos aqui novamente unidas para preparar essas mobilizações para que o Salário Mínimo seja aumentado para R$ 580”, disse o presidente da NCST-SP, Luiz Gonçalves (Luizinho).

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que “não só repudia a não correção da tabela do IR como cobra do governo um plano para repor a defasagem acumulada desde 1995. Os trabalhadores e aposentados do INSS são os mais prejudicados, pois, com o reajuste do salário ou do benefício, passam a ter desconto maior ou deixam de ser isentos a partir deste mês”.

Maior conquista

Em documento conjunto aprovado após reunião das lideranças sindicais na terça-feira (11), em São Paulo, as Centrais lembram que a política de valorização do salário mínimo “é seguramente a maior conquista do governo Lula, beneficiando diretamente mais de 47 milhões de trabalhadores, aposentados e idosos com aumento real de 54,3%”.

“Afinal, foi este aumento do poder aquisitivo que vitaminou o mercado interno com o ciclo virtuoso do crescimento, o que permitiu ao país enfrentar os impactos negativos da crise externa com a alavancagem da produção e do consumo. Mais salário e mais emprego foi a resposta do país contra o círculo vicioso do receituário neoliberal, de privatização, arrocho e ‘ajuste fiscal’”, diz o texto das Centrais.

Durante a reunião os dirigentes sindicais argumentaram que a proposta apresentada pelo governo de R$540,00 para o reajuste do mínimo não repõe nem a inflação do período e coloca em risco os avanços conquistados no combate às desigualdades e na distribuição de renda.

As centrais sindicais unidas também definiram que ingressarão com ações na Justiça solicitando a correção da tabela do Imposto de Renda e a devolução das perdas acumuladas desde 1995, cuja defasagem de reajuste já ultrapassa 70%. A reivindicação das Centrais é que, no mínimo, a correção da tabela seja feita imediatamente com a inflação de 2010, evitando que os ganhos salariais conquistados no ano passado sejam corroídos pelo IR.

De Brasília
Com agências