Sem categoria

FMI: padrão pré-crise de desequilíbrios globais está voltando 

A economia mundial começou a melhorar, mas está cercada de problemas como o alto desemprego e os preços em alta, o que pode aumentar o protecionismo e problemas sociais, disse o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (1). "O padrão pré-crise de desequilíbrios globais está surgindo de novo", afirmou Dominique Strauss-Kahn. 

A alta dos preços de alimentos e combustíveis nos últimos meses já afetou as nações mais pobres e é um dos fatores por trás dos protestos antigoverno no Egito e na Tunísia, cujo presidente foi deposto no mês passado.
"À medida que as tensões aumentam entre países, nós podemos ver um protecionismo crescente – de comércio e finanças. E, à medida que as tensões aumentam dentro de países, nós podemos ver uma instabilidade social e política crescente dentro das nações – inclusive gueras", disse Strauss-Kahn.
O diretor-gerente citou dois desequilíbrios "perigosos" que, segundo ele, podem dar origem a uma próxima crise. O primeiro é a recuperação desigual entre países, com nações emergentes crescendo muito mais rápido que as economias desenvolvidas e possivelmente superaquecendo. O segundo são as tensões sociais em países com desemprego elevado e desigualdade crescente de renda.
Ao longo da próxima década, 400 milhões de jovens entrarão na força de trabalho mundial, desafiando os governos, acrescentou Strauss-Kahn. "Nós enfrentamos a perspectiva de uma 'geração perdida' de jovens, destinados a sofrer suas vidas inteiras com desemprego e condições sociais piores. Criar empregos precisa ser uma prioridade não só em economias avançadas, mas também em países mais pobres".
Apesar do alto desemprego após a crise global de 2008, as barreiras comerciais não atingiram os níveis temidos por muitos analistas. Ao invés disso, uma série de países, especialmente a China, buscam manter suas moedas desvalorizadas para ajudar as exportações nacionais.
"O padrão pré-crise de desequilíbrios globais está surgindo de novo", afirmou Strauss-Kahn. "O crescimento nas economias com amplos déficits externos, como os Estados Unidos, ainda é guiado pela demanda doméstica. E o crescimento em economias com amplos superávits externos, como China e Alemanha, ainda está sengo guiado pelas exportações".

Strauss-Kahn disse que o FMI prevê um crescimento modesto, de 2,5%, em economias avançadas neste ano, com o desemprego e a dívida prejudicando a demanda doméstica. Os países emergentes cresceriam 6,5%, com a região da Ásia excluindo o Japão crescendo 8,5%, segundo ele. 

Com informações da Reuters