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Bancadas cumprem acordos e garantem vitória de Maia

O deputado Marco Maia (PT-RS), que já presidia a Câmara dos Deputados , foi reconduzido ao cargo após votação ocorrida na noite desta terça-feira (1). Apesar de não ser o único candidato na disputa, Maia conseguiu uma vitória fácil, com 375 votos dos 513 deputados que tomaram posse nesta terça. Ele precisava de 257 votos para se eleger. Os nomes indicados pelos partidos para os demais postos da Mesa Diretora também foram referendados.

Marco Maia

Maia contou com o apoio de 21 dos 22 partidos represetandos na Câmara. O PSOL, único partido que não o apoiou, lançou a candidatura de Chico Alencar (RJ) para marcar posição e conseguiu 16 votos. Os deputados Sandro Mabel (PR-GO) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) lançaram candidaturas avulsas à revelia de seus partidos. Mabel conseguiu angariar parte dos votos da oposição anti-petista e de deputados descontentes com o processo de escolha dos novos dirigentes da Câmara. Acabou conquistando 106 votos, uma votação considerável, mas insuficiente para provocar um segundo turno. Já o folclórico e ultradireitista Bolsonaro obteve o apoio de poucos colegas e terminou com 9 votos. Houve 3 votos em branco.

Apesar da pouca experiência na Casa, Maia, 45, garantiu sua vitória após costurar amplos acordos com as lideranças das legendas, prometendo que cada partido seria representado na Mesa Diretora e nas demais estruturas do legislativo conforme o tamanho de cada bancada.

Pauta prioritária

Ao assumir o cargo, Maia disse que se sente honrado e ressaltou não ter dúvidas de que a Câmara produzirá uma boa pauta "para o povo brasileiro se orgulhar dos deputados eleitos para representar seus interesses".

O deputado gaúcho listou como prioridades de sua gestão três das principais promessas de campanha de Dilma Rousseff. Segundo Maia, a Câmara se concentrará nos próximos meses na discussão e aprovação de projetos para a erradicação da pobreza e o combate às drogas, além das reformas política e tributária.

Ainda na entrevista após a vitória, Maia disse que colocará o projeto de reestruturação do Código Florestal em discussão em fevereiro. Em março, a expectativa é de votação. 

Acordo PT-PMDB

Maia já estava no cargo desde meados do segundo semestre do ano passado, quando substituiu Michel Temer (PMDB-SP), que se licenciou para participar da campanha eleitoral. Com a vitória da chapa PT-PMDB nas urnas, Temer saiu da Casa para assumir a vice-presidência da República.

O PT acordou com o PMDB que haveria um rodízio para ocupar a presidência da Casa. No próximo biênio (2013-2015), a indicação do cargo deve ficar com os peemedebistas, dentre os quais desponta o líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Trajetória

A vida política de Maia começou em 1984, quando se tornou dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, sua cidade natal. No ano seguinte, filiou-se ao PT, de olho nas eleições municipais de 1988. Mesmo sem seu partido ter sede própria no município, localizado na região metropolitana de Porto Alegre, e fazendo campanha de Fusca, ele ficou em segundo lugar, com mais de 20% dos votos.

Voltaria a disputar a prefeitura de Canoas em 2000, mas foi novamente derrotado. Acabou ganhando espaço na gestão estadual de Olívio Dutra, em 2001, na Secretaria de Administração e Recursos Humanos. Dois anos depois, tornou-se presidente da Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre), após garantir votos o bastante para ser suplente na Câmara dos Deputados.

Quando o deputado Ary Vanazzi (PT-RS) deixou o cargo para assumir a prefeitura de São Leopoldo, Maia ficou em seu lugar. As articulações junto à principal corrente do partido e a rápida aproximação com o Palácio do Planalto o ajudaram a se reeleger em 2006. O trânsito com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva só aumentou depois de ele comandar a CPI do Caos Aéreo, instalada após o acidente da TAM.

Quando Temer assumiu a presidência da Casa, dois anos atrás, Maia se tornou seu primeiro vice-presidente. No ano passado, conquistou 122.134 votos e ficou entre os dez deputados gaúchos mais votados. Petistas esperavam que ele buscasse a liderança do partido na Câmara, mas o gaúcho os surpreendeu e desbancou o favorito interno Candido Vaccarezza (PT-SP), na eleição pelo terceiro cargo da República. 

Com a vitória de Maia na disputa pela presidência da Câmara, a presidente Dilma Rousseff decidiu manter Vaccarezza na liderança do governo da Casa. A permanência dele deverá ser formalizada nesta sexta-feira (4) no "Diário Oficial".

Composição da Mesa Diretora

Os deputados também elegeram na noite de hoje os demais membros que irão compor a Mesa Diretora pelos próximos dois anos. Pela primeira vez uma mulher foi eleita para um dos cargos: Com 450 votos (59 brancos), a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) é, a partir de agora, a 1ª vice-presidente da Casa, o que, segundo a própria parlamentar, é “uma vitória histórica para todas as mulheres brasileiras”.

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) foi eleito 2º vice-presidente, com 288 votos. A deputada Rebecca Garcia (PP-AM), que concorreu como candidata avulsa, obteve 211 votos. Houve 10 votos em branco.

O 1º secretário é o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), eleito com 474 votos (35 em branco).

O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) foi conduzido à 2ª Secretaria, com 455 votos (54 em branco). Para a 3ª Secretaria, Inocêncio Oliveira (PR-PE) foi eleito com 421 votos (88 em branco). Na 4ª Secretaria, Júlio Delgado (PSB-MG) assume o posto com 451 votos (58 em branco).

Os deputados eleitos para as quatro suplências foram: Geraldo Resende (PMDB-MS), com 432 votos; Manato (PDT-ES), com 420 votos; Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE), com 418 votos; e Sérgio Moraes (PTB-RS), que foi escolhido por 395 deputados.

Em seguida, a sessão foi encerrada.

Da redação,
com agências