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Centrais têm nova reunião com governo sobre mínimo

As seis centrais sindicais participam nesta sexta-feira (4), a partir das 10 horas, de reunião com o governo federal para debater a elevação do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda. O encontro acontece no escritório regional São Paulo da Presidência da República (prédio do Banco do Brasil na avenida Paulista, 2163).

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que assumiu a função de interlocutor do governo com os movimentos sociais, já tem presença confirmada.

Nesta semana, em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), admitiu que, para garantir um mínimo maior, aceitaria antecipar parte do reajuste programado para 2012. "Nós, da Força Sindical, toparíamos fazer um acordo para os dois anos (2011 e 2012)", disse. "Poderia ser uma parte de antecipação, mas tem de ter aumento real."

Garantia de unidade

A posição, entretanto, não é consensual entre as centrais. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CT), Wagner Gomes, reclamou da atitude de Paulinho, afirmando que a unidade das centrais é o que tem garantido os avanços: “essa não é a proposta das centrais, e nós acordamos que todas as reuniões com o governo seriam com todas as centrais”, afirmou Wagner.

Também filiado à CTB, o deputado federal Assis Melo (PCdoB/RS) apresentou, nesta semana emendas de sua autoria à Medida Provisória do governo que trata do salário mínimo. A MP define valor de $540,00, que vem sendo pago desde 1o de janeiro. As emendas apresentadas por Assis, nesta quarta-feira (2), garantem o aumento do mínimo para 580,00 e a correção do salário mínimo pelos índices do PIB (Produto Interno Bruto) e o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), com o objetivo de melhorar a distribuição de renda da população e de aumentar o poder compra do trabalhador. Assis participa da reunião com o governo em São Paulo.

Imposto de Renda

A expectativa das centrais é, além do aumento do salário mínimo, tratar também da correção da tabela do Imposto de Renda em 6,47%. As centrais alegam que 97% das categorias conquistaram aumentos reais de salário, ou seja, acima da inflação. Até 2010, havia um acordo com o governo Lula, de que a tabela seria ajustada anualmente em 4,5%, equiparada, portanto, à meta de inflação. Finalizado o período do acordo, as centrais agora pautam a correção da tabela do Imposto de Renda pela inflação do ano de 2010, que é de 6,47%. “Não dá para uma parte do esforço que os nossos sindicatos fizeram em ter aumentos reais de salário ser agora comido pelo leão”, argumenta Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Da redação, Luana Bonone