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Começa audiência de extradição do criador do WikiLeaks

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, enfrenta nesta segunda-feira (07) uma audiência em Londres sobre sua possível extradição para a Suécia. Assange chegou ao tribunal acompanhado por Helena Kennedy, uma de suas advogadas. Ele não respondeu a perguntas de repórteres. Autoridades suecas pedem sua extradição para que seja julgado no país por acusações de abuso sexual, mas por trás de tudo isso estariam motivações políticas.

Assange é acusado de comportamento sexual indevido por duas mulheres que ele conheceu durante uma viagem a Estocolmo no ano passado. Os advogados dele tentam fazer com que o juiz britânico Howard Riddle desista do pedido da Suécia.

A defesa alega que, no Reino Unido, as acusações não mereceriam punição, por falta de provas suficientes, e que a suspeita de um crime não basta para extraditar alguém. Também cita  irregularidades no processo conduzido pela promotoria sueca

Além disso, os advogados afirmam que, na Suécia, Assange poderá ser entregue aos Estados Unidos, seu maior inimigo desde que o WikiLeaks divulgou mensagens confidenciais da diplomacia norte-americana e documentos secretos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque. A defesa avalia que, caso o ativista siga para a Suécia, ele poderia terminar na prisão norte-americana de Guantánamo.

Em comunicado divulgado na internet, os advogados de Assange argumentam que o pedido de prisão foi feito para puní-lo por causa de sua atuação política, com a divulgação dos documentos secretos na web, e não por causa dos crimes sexuais.

A Secretária de Estado Hillary Clinton afirmou em diversas ocasiões que o governo americano vai tomar medidas agressivas para punir os responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas do país.

Um ex-analista militar que teria repassado os arquivos secretos a Assange está preso. O criador do site também foi preso no Reino Unido, em 7 de dezembro, pelas acusações de crimes sexuais que enfrenta na Suécia. Ele pagou fiança após dias na cadeia e está em liberdade condicional.

Em recentes declarações à imprensa britânica, Assange advertiu que divulgaria uma nova avalanche de documentos secretos no caso de um eventual fechamento definitivo do portal, por conta da perseguição e das pressões políticas dos Estados Unidos. A justiça americana iniciou uma investigação contra Assange, mas ainda não apresentou nenhuma acusação.

Se tudo correr de acordo com o previsto, a audiência deve durar hoje e amanhã. A decisão, todavia, deve demorar algumas semanas. Numerosas personalidades – entre elas a multimilionária britânica e embaixadora da Unicef, Jemina Khan – anunciaram que participarão de uma manifestação para apoiar o fundador do WiliLeaks.

Com agências