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Fórum das Alternativas debate América Latina em Dacar

No quadro do Fórum Mundial das Alternativas, que se realiza em Dacar, Senegal no mesmo momento em que ocorre o Fórum Social Mundial, teve lugar na tarde desta terça-feira (8), no auditório da Faculdade de Direito da Universidade do Senegal, um concorrido debate sobre as experiências de luta e transformação na América Latina.

Coordenado por Kato Arnonada, do Movimento Unidade Jurídica e Desenvolvimento Constiutucional, que falou em nome do Fórum das Alternativas, o debate contou com as presenças de Aurélio Alonso, da Casa de las Américas, de Cuba, Oscar Veja, do Coletivo Comuna, da Bolívia, Emílio Tadei, do Grupo de estudos sobre América Latina e Caribe, da Argentina e José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho e diretor do Cebrapaz.

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Os conferencistas expuseram suas convergências e divergências sobre a conjuntura internacional, os processos de mudança na América Latina, a luta anti-imperialista e pelo socialismo na atualidade.

O cubano Aurélio Alonso e o brasileiro José Reinaldo mostraram-se afinados no conteúdo e na metodologia. Partiram da constatação de que para compreender os processos em curso na América Latina, é preciso se afastar dos dogmas e modelos.

Para o editor do Vermelho, é necessário colocar-se dentro da situação latino-americana e captar o espírito da época, que em sua opinião é anti-imperialista. Por sua vez, Alonso, ressaltou que o mundo vive uma época de transições.

Oscar Vega dissertou sobre a experiência boliviana, caracterizada como Revolução comunal. Explicou o protagonismo indígena refletido em participação direta e local na vida política e social nos marcos do Estado plurinacional e dissertou sobre a ideologia do “bien vivir”.

O argentino Emílio Taddei fez uma análise econômica da situação latino-americana, mostrando as diferenças entre as experiências dos países da Alba – Aliança Bolivariana dos Povos da América – e as dos países que optaram pelo caminho do nacional-desenvolvimentismo.

José Reinaldo Carvalho abordou ainda a evolução histórica da América Latina. Situou o processo de mudanças por que passa a região a partir da eleição de Chávez em 1998 e de Lula em 2002, como o período em que se inicia a ruptura gradual com o ciclo das ditaduras e do neoliberalismo. Acentuou que não há uma leitura unívoca das experiências, que são muito diversas devido às peculiaridades de cada país. Enfatizou ao mesmo tempo o que há de comum nessas experiências: a defesa da soberania nacional, a ampliação da democracia, as políticas sociais, o esforço pela integração e a unidade entre as forças populares e de esquerda. Para ele, em seu conjunto essas são as características do anti-imperialismo latino-americano na atualidade.

Aurélio Alonso, por sua parte, ressaltou o heroísmo do povo cubano em sua resistência ao bloqueio imperialista e mostrou otimismo quanto ao resultado das reformas no modelo econômico que Cuba começa a realizar.

Da redação, com informações da Secretaria Nacional de Comunicação do PCdoB, de Dacar.