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Operação Guilhotina faz uma "limpa" na polícia do Rio de Janeiro

Deflagrada nesta sexta-feira (11) de madrugada, a Operação Guilhotina promete fazer uma limpa na Polícia carioca. Segundo relatório divulgado pelo Ministério Público o inquérito foi instaurado para apurar a conduta de policiais civis e militares que, atuando junto a organismos sensíveis da estrutura policial, estariam praticando crimes. Um dos principais alvos é o delegado Carlos Alberto de Oliveira, que acaba de se entregar na Polícia Federal.

O delegado, que ocupou cargo de subchefe da Polícia Civil do Rio, vai prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal. Ele é acusado de participar do espólio do tráfico, de relação direta com traficantes e de corrupção.

Até o momento foram presos preventivamente 31, dos 45 suspeitos – 11 policiais civis e 21 militares. Duas delegacias da Polícia Civil foram vistoriadas. Na 17ª DP (São Cristóvão), os agentes não teriam encontrado nada. Na 22ª (Penha), foi apreendida uma caixa de munição. Na Rua Araguari, em Ramos, duas casa e uma academia foram revistadas. A delegada Márcia Beck, titular da 22ª DP (Penha), prestou depoimento pela manhã sido flagrada num ato ilícito enquanto a delegacia era revistada pelos agentes federais. Ela os acompanhou à Superintendência da Polícia Federal voluntariamente.

O secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrane, e o superintendente da Polícia Federal (PF), Ângelo Fernandes Gioia, comemoram a operação classificada como pioneira devido a união de forças da PF, Ministério Público e secretaria de segurança, que atuaram em conjunto pela primeira vez.

– Estamos inaugurando uma nova fase na polícia –, disse Gioia.

Confira a lista dos suspeitos e dos presos até agora na Operação Guilhotina

Entre os objetivos da operação estão o combate à violação de sigilo, corrupção policial ligada diretamente facções criminosas, milícias formadas por policiais civis e militares e prestação de serviço de segurança por parte de policiais a instituições ilegais como casas de jogo e prostituição. Um dos destaques é o combate ao chamado “espólio de guerra”, que consiste no apoderamento por parte de traficantes de munição e armamentos aprendidos em operações policiais e foi destacado pelo superintende como um dos grandes problemas registrados na ocupação do Complexo do Alemão.

Beltrane disse que ainda é prematuro falar de mudanças na cúpula da polícia no estado sob risco de se cometer injustiças.

– O doutor Alan goza da minha confiança. Não vou fazer juízo de valor precipitado. Daqui para frente, vamos analisar e tomar as medidas no momento oportuno.

O chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Alan Turnowski, passou a manhã prestando esclarecimentos na Superintendência da Polícia Federal do Rio e afirmou que fica no cargo pois “não há motivos para sair”. Ele também disse “cada um é responsável por seus atos”, ao comentar o fato de desconhecer o suposto envolvimento de Oliveira com atividades ilícitas.

A “Guilhotina” começou em meados de 2009 depois da descoberta de vazamento na operação Paralelo 22, da Delegacia de Polícia Federal de Macaé. Na época, o objetivo era prender o traficante conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto com Antônio Francisco Bomfim Lopes, o Nem. A partir daí, foram iniciadas duas investigações paralelas: uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança e outra da Superintendência da Polícia Federal do Rio.

Fonte: Jornal Extra