Sem carteiras, escola estadual em São Paulo faz rodízio de alunos
Na tarde de ontem, um cartaz colado no portão da escola estadual Roberto Mange, extremo sul de São Paulo, avisava: não haverá aula hoje para a 6ª A e 6ª B. Motivo: falta de cadeiras e carteiras.
Publicado 16/02/2011 11:58 | Editado 04/03/2020 17:17
"Cadeiras vão ser entregues"
Os alunos das duas salas só descobriram que seriam dispensados das aulas de ontem ao chegar na escola, mas o fato não os surpreendeu.
Desde que as aulas começaram para valer, anteontem, parte das turmas da escola têm se revezado, pois não há lugar para todos sentarem.
Segundo alunos e pais ouvidos pela reportagem, anteontem pelo menos uma turma da manhã (de 8ª série) e outra da tarde (de 5ª série) foram dispensadas.
Ontem, além das duas salas de 6ª série que ficaram sem aula à tarde, alunos de ao menos uma 8ª série da manhã também voltaram para casa. Estudantes relataram que o problema se estende ainda a turmas da noite.
"Ontem [anteontem] chegamos aqui adiantados, e nos deparamos com o cartaz dizendo que a turma da minha filha não teria aulas. É complicado", afirma a dona de casa Marlete Silva, 38 anos, mãe de aluna da 5ª série.
"O pior é que eles avisam de última hora", diz a mãe de outro estudante Silene dos Santos, 45 anos.
Lucinda Ferreira, 46 anos, também conta que o filho aproveitou a manhã de ontem, quando deveria estar estudando, para ir ao dentista.
Diretora
Procurada pela reportagem, a diretora da escola, que identificou-se apenas como Sueli, disse que não poderia dar entrevistas. Mas afirmou que a falta de cadeiras e carteiras se deve a uma grande "demanda de estudantes".
Depois dos questionamentos da reportagem, uma funcionária retirou o cartaz colado na porta da escola.
Estudantes afirmam que as cadeiras e carteiras são velhas desde o ano passado.
A Secretaria de Estado da Educação diz que foi alertada na noite de anteontem e vai apurar o caso.
O colégio está localizado no Jardim Myrna, distrito do Grajaú, em uma das avenidas mais movimentadas da região. Ontem, estudantes de 11 e 12 anos que tiveram aulas, mas foram dispensados quase duas horas antes do horário por falta de professores, corriam pela rua.
Fonte: Agora SP