Estudantes denunciam miopia da Prefeitura sobre a meia entrada
As entidades estudantis organizadas e atuantes no Amazonas manifestaram seus descontentamentos com a proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município, proposta pelo executivo municipal, que busca incluir o cartão passa fácil como novo instrumento de acesso à meia-entrada em shows e eventos culturais.
Publicado 18/02/2011 13:05 | Editado 04/03/2020 16:12
Entre os argumentos apresentados, os estudantes alegam inconstitucionalidade, já que a Lei federal reconhece carteiras de entidades estudantis como forma de acesso ao benefício, classificam a iniciativa do executivo de miopia – porque, segundo eles, o problema não está no acesso e sim na aplicação da Lei por parte dos proprietários de casas de shows que estendem a meia-entrada a pessoas que não são estudantes-, e denunciam a ausência de debate com a sociedade civil organizada.
Confira, abaixo, a nota de repúdio das entidades estudantis entregue à imprensa:
Os representantes das entidades Estudantis: UNE, UBES, UEE, UESAM, UMES, no Amazonas, repudiam a informação da SEMJE, publicada nos meios de comunicação, de que a “proposta de alteração da Lei nº362/2006, que regulamenta a utilização do cartão “Passa Fácil” em casas de shows e cinemas, dentre outros locais ligados à cultura e ao lazer” “fora amplamente discutida com representantes das organizações estudantis”. As entidades acima são de acordo que a referida proposta seja democraticamente discutida com todos os segmentos da sociedade civil organizada que diretamente e indiretamente estão na luta diária pelo acesso à cultura e ao lazer.
Acreditamos, também, que a Prefeitura por meio da SEMJE se insere na discussão da meia entrada por um viés errado. Isso porque a forma de acesso ao benefício está equacionada por meio das carteiras das entidades estudantis. O debate que travamos há muitos anos diz respeito ao cumprimento dos dispositivos legais sobre a meia entrada, hoje usurpado em vários locais que propagandeiam valores de meia entrada a preços exorbitantes e, além disso, estendem o direito a qualquer pessoa sem exigir a apresentação das carteiras estudantis e muito menos a comprovação de matrícula em qualquer estabelecimento de ensino.
Com isso, a Prefeitura demonstra mais uma vez a ausência de interesse em apresentar um programa educacional conectado com a cultura. O que ora se apresenta é – se não por interesse, mas com certeza por conseqüência – um novo afrontamento aos estudantes e se soma ao conjunto de ações vazias do executivo municipal, que não busca solucionar os problemas reais dos estudantes, especificamente, e da população de Manaus como um todo.
Assinam esta nota:
Maria das Neves – Presidente da UEE-AM
Natanael Gomes – Presidente da UESAM
Priscila Duarte – Presidente da UMES
André Marsílio – vice AM/RR da UNE
Maick Soares – vice norte da UBES
De Manaus,
Anderson Bahia