Cine Belas Artes: negociações serão reabertas
Cinema tem até amanhã para novo lance de aluguel; foram oferecidos R$ 85 mil e dono do prédio quer cerca de R$ 150 mil
Publicado 22/02/2011 13:20 | Editado 04/03/2020 17:17
Uma reunião sobre o destino do Cine Belas Artes reabriu ontem a negociação entre os proprietários André Sturm (do cinema) e Flávio Maluf (do imóvel). As conversas haviam sido encerradas no último dia 17, quando a proposta de R$ 85 mil de aluguel por parte de Sturm não foi aceita – Maluf já recebeu uma oferta de R$ 150 mil de outra empresa, e quer do Belas Artes algo próximo ou igual a esse valor. Agora, Sturm tem até amanhã para dar um novo lance.
"Há interesse das duas partes em melhorar as condições inerentes ao negócio", afirmou Fábio Luchesi Filho, advogado de Flávio Maluf, logo após a reunião. Além do valor do aluguel, o dono do imóvel lida ainda com outra questão: a abertura do processo de tombamento do Belas Artes no dia 18 de janeiro pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp). Com isso, o imóvel não pode passar por nenhuma reforma sem autorização prévia do órgão municipal, o que dificulta a venda para uma loja, por exemplo.
Agora declarado o interesse de Maluf em manter o cinema funcionando no seu prédio, resta a Sturm tentar, até amanhã, um incremento no valor do patrocínio oferecido para o Belas Artes. "Eles querem uma proposta maior da nossa parte, o que não é muito viável", diz Sturm, que não revela o nome do provável novo patrocinador. O anterior, de 2004 a 2010, era o HSBC. "Vamos tentar propor uma operação de risco em que nós, eventualmente, tenhamos de correr atrás de uma verba complementar por fora do patrocínio."
Combalido pelo prolongamento das negociações – o cinema está para fechar desde maio do ano passado, e o imóvel para ser devolvido desde dezembro -, Sturm já considera que o fechamento vai ocorrer mesmo na quinta, até agora a data-limite do cinema, com a possibilidade até de reabri-lo depois, caso consiga o valor pedido por Maluf. "Essa situação está se prolongando muito; não é só comercial, é afetiva. Uma morte prolongada."
Fonte: O Estado de S.Paulo