Médicos de convênios de saúde convocam paralisação em abril
Médicos de todo o Brasil que prestam serviços para operadoras de planos de saúde (convênios) decidiram, na sexta-feira (18), paralisar suas atividades durante o próximo dia 7 de abril. A categoria vai promover o Dia Nacional de Paralisação por melhorias nas condições de relacionamento entre os planos de saúde e os médicos.
Publicado 22/02/2011 19:54
A decisão foi tomada na reunião da Comissão de Saúde Suplementar, formada por membros das três entidades médicas nacionais – Federação Nacional dos Médicos, Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira. As entidades realizaram um encontro em São Paulo, em conjunto com a Comissão de Consolidação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).
Na reunião, os representantes das entidades médicas definiram também que 18 de outubro, quando se comemora o Dia do Médico, será a data-base proposta para a elaboração de acordos coletivos de trabalho, intermediados pelos sindicatos médicos, que contemplem reajustes nos valores pagos pelas operadoras aos procedimentos realizados pelos médicos.
Interferência nos tratamentos
Em recente pesquisa publicada pelo Datafolha, mais de 90% dos médicos disseram que as operadoras (convênios) interferem negativamente no tratamento de seus pacientes. Tomam decisões que só cabem aos médicos, com interesses apenas financeiros. Ou seja, negam pedidos de exames, cirurgias, liberação de medicamentos, etc.
Se é verdade que a saúde pública não anda bem, a saúde suplementar também não agrada. As mensalidades são cada vez mais caras para os usuários e os pagamentos cada vez menores aos médicos. O valor médio pago por uma consulta de convênio fica entre 15 e 49 reais (valor que diminuirá após descontados os impostos), com direito a um retorno.
Por conta desta avaliação, os médicos avisam: "se você tem consulta agendada para dia 7 de abril e é usuário de algum plano de saúde, há grandes chances de não ser atendido".
Para angariar o apoio da sociedade, as entidades médicas apelam à consciência dos usuários de convênios: "antes de revoltar-se, reflita o quanto seu médico é importante na sua vida e se não merece uma remuneração digna", diz um comunicado público a respeito da paralisação.
Da redação, com informações de Odiario.com