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Partido articulado por Kassab pode mudar cenário político em SP

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixará o Democratas até o dia 30 de março. A decisão deve ser anunciada em meados de março, mas o político já articula a fundação de um novo partido, que será incorporado ao PSB. 

Publicamente, o prefeito diz que só anunciará a decisão no dia 15 de março. O cuidado se deve ao fato de que as conversas com o PMDB ainda não foram encerradas.

No fim de semana, ele recebeu o vice-presidente da República, Michel Temer, e ainda se encontrará com o ministro Moreira Franco (Assuntos Estratégicos).

Mudança de cenário

A repórter de Poder da Folha Daniela Lima diz que "o partido que será fundado pelo prefeito Gilberto Kassab, e depois incorporado ao PSB, mudará substancialmente o cenário político paulista". Ela afirma que nomes que "gravitavam" em entre PT e PSDB terão que posicionar politicamente.

"O deputado Gabriel Chalita, por exemplo, fiel aliado de Alckmin, perderá o protagonismo do PSB paulista com a chegada de Kassab", diz a jornalista. Em sua opinião, Paulo Skaff, que concorreu ao governo do estado na última eleição pelo PSB, também perderá espaço e tende a se aproximar do PMDB.

Entretanto, o maior impasse terá que ser resolvido por Alckmin. Seu vice Guilherme Afif está "comprometido com o projeto político de Kassab", e o governador terá que evitar um racha. Lima afirma que "a operação envolverá também as bancadas do DEM na Assembleia e Câmara Municipal e controlará parte do PSDB".

A repórter conclui afirmando que "o movimento de Kassab marca não só o início da disputa pela prefeitura em 2012", mas também a corrida pelo governo do estado em 2014.

Eduardo Campos

Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, combinou que ajudará Kassab a "turbinar" o novo partido, que ainda não tem nome definido.

Campos convencerá deputados ligados a ele, espalhados por diversas pequenas legendas, a migrarem para a agremiação de Kassab. A meta é levar pelo menos 20 parlamentares para o partido. 

A preocupação dos articuladores da iniciativa é não deixar brecha jurídica que possa provocar a cassação dos mandatos de quem for para a nova agremiação, já que a lei de fidelidade partidária ameaça com a perda de mandato quem trocar de legenda durante o exercício da função, mas não prevê punição para quem for para um novo partido, recém-criado.

Os planos foram detalhados num jantar que os dois tiveram na segunda-feira, em São Paulo, ao saírem da festa.

Estavam com eles o deputado federal Arnaldo Jardim e o ex-ministro Roberto Amaral, do PSB.

Kassab disse ainda no jantar que não tem um nome ideal para lançar à sua sucessão pela agremiação. Foram ventilados Soninha (PPS), Eduardo Jorge (PV) e "alguém do perfil da Luiza Erundina", que pudesse atrair eleitores de esquerda.

Segundo a imprensa, toda a negociação aconteceu com o aval da presidente Dilma Rousseff. Ela teria sido formalmente consultada por Campos sobre a costura com o prefeito paulistano, no início deste mês.

Da redação,
com agências