Cuba e Venezuela defendem solução pacífica na Líbia
O ministro de Relações Externas de Cuba, Bruno Rodríguez, disse nesta terça-feira (1.º/3) em Genebra que seu país deseja uma solução pacífica e soberana na Líbia, sem ingerência estrangeira e que garanta a integridade da nação.
Publicado 01/03/2011 18:10
Durante seu discurso, na reunião de alto nível do Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, Rodríguez sublinhou que Cuba compartilha plenamente da preocupação mundial pelas perdas de vida de civis na Líbia.
Mas advertiu que, "com toda segurança, o povo líbio se opõe a toda intervenção militar estrangeira, que prejudicaria ainda mais uma solução e provocaria milhares de mortes, de desabrigados e enormes danos à população".
O diplomata reiterou que seu país "rechaça categoricamente" qualquer tentativa de aproveitar a trágica situação criada para ocupar essa nação árabe e controlar seu petróleo.
Rodríguez assinalou que fica claro que "a voracidade pelos hidrocarbonetos e não a paz nem a proteção das vidas dos líbios é a motivação que anima as forças políticas".
Agregou que são fundamentalmente os conservadores, dos Estados Unidos e de alguns países da Europa, que exigem uma intervenção militar da Otan em território líbio.
"Ainda que se possa enganar a boa vontade de uma parte da opinião pública, é evidente que uma intervenção militar levará a uma guerra e acarretará graves consequências para as vidas das pessoas", sentenciou.
O chanceler cubano deplorou o papel de uma parte da mídia que, utilizada pelas grandes corporações, atiça lenha ao fogo com informações sem a devida objetividade, exatidão e apego à verdade.
"Ante a magnitude do que ocorre na Líbia e no mundo árabe e em circunstâncias de uma crise econômica global, deveria prevalecer a responsabilidade e a visão de longo prazo dos governos dos países desenvolvidos", opinou.
Iniciativa venezuelana
A Venezuela lançou nesta terça uma iniciativa para promover uma saída pacífica para a atual revolta na Líbia. O vice-chanceler venezuelano Temir Porras disse em Genebra que, diante da atual conjuntura, o presidente de seu país, Hugo Chávez, pediu que se criasse uma comissão que sirva aos interesses da integridade e soberania do povo líbio.
"A Venezuela Bolivariana está e sempre estará do lado dos povos que lutam pela sua liberdade e, ao mesmo tempo, está e estará sempre em busca da paz e de uma solução política para todos os conflitos", destacou Porras.
O chanceler cubano declarou há um grande interesse da comunidade internacional em torno da proposta de Chávez. "Daremos todo nosso apoio nessa gestão, com a esperança de que frutifique", anunciou.
Porras também declarou que espera ansiosamento pelo dia em que o CDH avaliará as atrocidades cometidas por potências ocupantes contra os povos do Iraque ou Palestina. "E que um Conselho de Segurança da ONU, verdadeiramente democrático, imponha sanções aos assassinos que ordenaram o bombardeio de civis em Gaza, perpetrado em janeiro de 2009", finalizou.
Com informações da Agência Prensa Latina