Rio: a resistência da alegria

A beleza internacionalmente conhecida da Zona Sul do Rio também se expressa nas reservas naturais e arquitetura das zonas Norte e Oeste. Como também no forte cheiro da história política e civilizatória que sentimos no centro da cidade, onde revivemos parte importante da história do Brasil.

Por Jandira Feghali*

Nenhuma dessas características e prazeres pode esconder o que não é belo em função do abandono provocado pelos seguidos dirigentes. Podemos hoje, no entanto, comemorar. Porque o carioca resgatou seu sentimento de autoestima. Projetos são desenvolvidos na perspectiva da cultura de paz e na permanente lembrança de que a cidade é corpo único e o seu povo detentor dos mesmos direitos.

Sediar os jogos olímpicos, a copa do mundo e outros eventos importantes vêm reforçar o sentimento de que o amor pela cidade e a expectativa sobre seu potencial são universais. E nós, que vivemos nela, sabemos que o seu potencial será medido pela qualidade de vida do seu povo, pelo acesso aos bens fundamentais, ao conhecimento e à convivência no espaço público: a verdadeira vocação carioca.

O aniversário de 446 anos da cidade nos remete à colônia, ao Império, à Proclamação da República, ao avanço democrático conquistado com coragem e união, às mudanças urbanas, às discriminações, às iniqüidades e suas superações com lutas árduas e permanentes, à música, à diversidade cultural, religiosa, ao desenvolvimento.

E todos somos responsáveis pelo Rio. Por suas relações com o Brasil. Pela alegria que, apesar de tudo, marca o estado de espírito do povo carioca.

Parabéns, Rio de Janeiro!

*Deputada federal do PCdoB-RJ