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Venezuela diz que Líbia aceita mediação; imperialismo resiste

O governo da Venezuela disse nesta quinta-feira (3) que o líder líbio Muamar Kadafi aceitou a proposta do presidente venezuelano Hugo Chávez de enviar à Líbia uma comissão internacional para mediar a crise no país.

Chávez conversou com Kadafi na terça-feira e apresentou sua proposta de buscar uma solução negociada para a violência na Líbia, declarou o ministro da Informação da Venezuela, Andrés Izarra.

Ainda de acordo com o ministro, Kadafi aceitou o plano, que envolveria uma comissão integrada por países da América Latina, Europa e Oriente Médio, com o objetivo de buscar uma saída negociada entre o líder líbio e forças rebeldes.

Segundo o governo da Venezuela, a Liga Árabe também teria aceitado o plano de Chávez. O secretário-geral do bloco, o egípcio Amr Moussa, disse no entanto que o plano ainda está em análise.

Saif al-Islam, filho de Kadafi, disse nesta quinta que não considerava necessário um envolvimento internacional na mediação da crise na Líbia. "Temos que dizer obrigado… mas somos capazes o suficiente para resolver nossos problemas por nosso próprio povo. Não há necessidade de qualquer intervenção internacional".

As palavras da Secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton, de que uma intervenção militar estava na agenda, fizeram com que Chávez denunciasse os EUA por promoverem a guerra na Líbia, apenas por que estão interessados na apropriação do petróleo do país.

Os satélites americanos reagem à proposta de paz. O chanceler francês já bateu o pé: “Qualquer mediação que permita que o coronel Kadafi suceda a ele mesmo obviamente não é bem-vinda”, esbravejou.

Lula na jogada

De acordo com assessoria de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não há nada oficial sobre uma eventual participação de Lula na intermediação, proposta ventilada pelo governo venezuelano.

Segundo funcionários do país vizinho, o presidente Hugo Chávez teria pensado em propor ao ex-presidente brasileiro participação nas negociações.

Convite da Líbia

O governo líbio convidou formalmente o Brasil na última terça-feira a integrar uma missão de observadores que acompanharia o decorrer da guerra civil deflagrada por opositores ao regime de Kadafi.

A proposta foi feita por autoridades do governo ao embaixador brasileiro em Trípoli, George Fernandes, durante a celebração do "Dia do Povo", em comemoração à refundação da Líbia, há 34 anos. O convite ao Brasil foi estendido à União Africana e ao bloco da Conferência Islâmica.

Com agências