CMP apela à ONU contra intervenção estrangeira na Líbia
O Conselho Mundial da Paz (CMP), presidido pela brasileira Socorro Gomes, divulga nesta sexta-feira (4) nota em que se solidariza com o povo líbio e defende a sua autodeterminação, repudiando qualquer tipo de intervenção estrangeira no país.
Publicado 04/03/2011 12:26
Enfática, Socorro rechaça intervenção na Líbia e manifesta solidariedade ao seu povo: “repudiamos qualquer intervenção ao mesmo tempo em que somos completamente solidários ao povo líbio para construir o caminho da paz de forma soberana”, completa Socorro.
Leia a íntegra da nota do CMP:
O Conselho Mundial da Paz (CMP) expressa sua profunda indignação com os recentes acontecimentos ocorridos na Líbia. Desta maneira, condena o assassinato de centenas de civis inocentes que protestavam desarmados contra as forças armadas do governo líbio, assim como expressamos a nossa categórica rejeição a toda intervenção militar por parte dos Estados Unidos, a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), a União Europeia, sob qualquer pretexto.
Destacamos o direito do povo líbio de expressar a sua raiva, agonia, e as suas demandas por mudanças nos campos sociais, econômicos e pelo seu direito soberano para determinar a política de desenvolvimento do seu próprio país.
Os imperialistas ao serviço das grandes companhias multinacionais e do capital internacional estão a procurar a oportunidade do descontentamento para ter um maior e amplo controle sobre o petróleo, o gás e outros recursos naturais da Líbia, expandindo assim a sua esfera de influência.
Denunciamos a presença militar de barcos de guerra de vários países membros da Otan nas águas internacionais próximas à Líbia, o que serve de preâmbulo para um possível ataque, ao mesmo tempo que demandamos a sua saída imediata da área.
Independentemente de qualquer opinião que tenhamos sobre a atuação do regime líbio e as suas atuações e prioridades na sua política exterior, particularmente nos últimos anos, é direito inalienável do povo líbio determinar e aplicar as decisões sobre as mudanças que considere necessárias sem nenhuma presença militar estrangeira ou política de imposição.
O Conselho Mundial da Paz expressa de coração o seu total apoio solidário com o povo líbio ao mesmo tempo que demanda a cessação do derramamento de sangue.
Expressamos o nosso desacordo com as sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que somente afetarão o povo líbio, e reiteramos que nenhuma agressão militar estrangeira será aceita em nenhuma condição
Secretariado do Conselho Mundial da Paz.
Atenas, 3 de Março 2011"