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Georges Bourdoukan: O jurista Ulpiano e a mosca

Em 1973, durante a guerra do Vietnã, os Estados Unidos despejaram sobre aquele país do sudeste asiático quase todo o seu arsenal de bombas de destruição em massa.

Por Georges Bourdoukan, em seu blog

O cardápio da morte privilegiava armas químicas e bacteriológicas contemplando uma variedade que ia do napalm ao desfolhante agente laranja e urânio empobrecido. A idéia era não poupar nenhum ser humano e muito menos a natureza. O desequilíbrio ecológico alcançou a China que foi invadida por nuvens de insetos.

Temendo epidemias, o governo chinês iniciou uma campanha junto à sua população e à resistência vietnamita com o seguinte apelo: seja higiênico, mate uma mosca e um americano.

Aos leitores renovo meu pedido de desculpas já que a idéia inicial era escrever sobre um dos maiores juristas do Império Romano, o libanês Ulpiano de Tiro. Mas como é possível falar em Direito quando a humanidade assiste indignada à invasão, ocupação e saques do Iraque, Afeganistão e Palestina pelo Império Americano e Israel?

Como é possível falar em justiça e jurisprudência quando, em pleno século 21, o que ainda prevalece é a lei do tacape? No entanto, e a título de esclarecimento, fica registrado que além de ter sido pretor, Ulpiano foi também preceptor de outro libanês, o imperador romano Iskandar Saphiros (Alexandre Severo), nascido na atual aldeia libanesa de Miniara Akkar.

Os comentários jurídicos de Ulpiano constituem a maior parte do “Digesto de Justiniano”, até hoje consultado por aqueles que ainda entendem que nada deve ser feito ao arrepio das leis.

O que não vem a ser o caso dos Estados Unidos e de Israel, que, além de ocupar nações insistem em insultar a humanidade com suas mentiras. Com certeza, um dia serão julgados por crimes de guerra e por crimes contra a humanidade.

Enquanto isso, os amantes da paz e da harmonia entre os povos se perguntam se os iraquianos, afegãos e palestinos,a exemplo dos vietnamitas, já não terão dado início a caça às moscas.

Fonte: Blog do Bourdoukan. Título do Vermelho