Programa Bacia do Bacanga, a população beneficiária e o tempo

Membro da direção estadual do PCdoB/MA, o economista Milton Campelo chama a atenção para a demora do Banco Mundial em liberar recursos para a Prefeitura de São Luís aplicar no Programa Bacia do Bacanga.

por Mílton Campelo
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Desde o ano de 2002 o município de São Luis nutre a esperança de ter a possibilidade de atendimento creditício e operacional por parte do Banco Mundial.
Quando o chamado Programa Bacia do Bacanga, foi finalmente aprovado em sessão realizada em 26.08.2008 pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, eu cumpria a função de Secretário Extraordinário da Prefeitura de São Luis e estive lá no Senado representando o município em sessão presidida pelo Senador Eduardo Suplicy do PT de São Paulo. É de se destacar que nenhum Senador pelo Maranhão à época se fez presente àquela sessão.
Dois anos se passaram da aprovação. Muita mídia e muitas viagens de consultores e funcionários do Banco Mundial para cá, mas até agora a população continua apenas assistindo o desfile de técnicos do Banco e seus Consultores contratados realizando workshops, estudos, pareceres, e nada do projeto começar.
O Programa Qualidade de Vida do Bacanga está dividido em 03 componentes: 1. Desenvolvimento Econômico Local ( US$ 6,27 milhões); 2. Melhoria do Saneamento Básico (US $ 39,64 milhões) e 3. Urbanização e Meio Ambiente ( US$ 15,8 milhões).
Conforme a medodologia proposta pelo Banco Mundial o “Componente 1” deveria ser executado no curto prazo com ações voltadas fortemente para o Desenvolvimento Local. Consultores, inclusive internacionais, contratados a peso de ouro, seminários e mais seminários. Viagens dos prepostos do Banco. E o que se vê até agora na prática? NADA!
Pois é: chegamos em 2011 e o Banco Mundial parece que continua patinando no Programa. O “Componente 1” de "CURTO PRAZO", por exemplo, tão necessário e esperado pela população dos bairros que compõem o Itaqui-Bacanga ainda anda às voltas com “primeiras tentativas” de acontecer.
No médio e longo prazo havia a previsão, dentre outros, de reassentamento de famílias anualmente vitimadas pela elevação do nível das águas do Bacanga e da pressão diária das marés.
Está passando da hora do Banco Mundial vir a público explicar o que é CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS.
No conceito tupiniquim CURTO PRAZO significa 06 meses, quem sabe até 12 meses.
A operação foi aprovada em 2008, estamos caminhando para 03 anos e as famílias que vivem às margens do Bacanga, abaixo da cota das marés e sujeitas a inundações continuam lá aguardando algum sinal concreto da ação do Banco do Mundial e da Prefeitura de São Luis. Estamos de novo no início da estação chuvosa e seus riscos na área.
Seria importante o Banco vir a público prestar contas de seu trabalho, inclusive demonstrar os custos COM CONSULTORIAS E COM SUA PRÓPRIA EQUIPE DE TRABALHO, afinal de contas o Brasil é signatário da criação e manutenção do Banco Mundial desde o pós-guerra quando foi estruturado para contribuir, dentre outros, com o desenvolvimento das nações e o combate à pobreza.
Afinal, será que a metodologia de trabalho adotada pelo Banco Mundial é de fato eficaz, eficiente e efetiva?
Gostaria de obter uma manifestação do Banco Mundial e uma resposta da Prefeitura de São Luis.