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Crítica de Andrea Matarazzo a Alckmin reacende racha tucano

Aliados do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) consideraram "gravíssimo" o conteúdo do telegrama revelado pelo site WikiLeaks, que envolve conversas entre o atual secretário de Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, e diplomatas norte-americanos em 2006.

Reservadamente, eles dizem que o documento tem potencial de reacender a traumática disputa interna do PSDB durante a eleição presidencial daquele ano, quando Alckmin foi candidato ao Palácio do Planalto sem contar com o apoio total do partido.

À época do despacho interceptado pelo WikiLeaks, Matarazzo era secretário das Subprefeituras da capital paulista, então administrada por José Serra. Segundo o telegrama, diplomatas consultaram Matarazzo sobre as chances reais de Alckmin bater Lula nas urnas.

Em resposta, afirma o texto, Matarazzo intitulou-se "serrista", fez duras críticas aos alckmistas – classificando-os como "baixo clero" – e ligou o governador paulista ao Opus Dei, prelazia conservadora da Igreja Católica. Em um trecho, Matarazzo teria dito que Serra e o senador Aécio Neves não queriam a vitória de Alckmin, e que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o apoiava "sem qualquer entusiasmo".

Tucanos próximos a Alckmin avaliam que Matarazzo não deve ser sacado do governo agora para que a medida não soe como retaliação. Mas consideram que a revelação do telegrama estremece a relação entre os dois e agrava a crise no partido.

Além disso, as críticas de Matarazzo têm potencial de reacender a disputa entre o grupo de tucanos ligados a Serra e o grupo ligado a Alckmin, hoje acomodados na estrutura do governo paulista.

Da Redação, com informações da Agência Estado