Sem categoria

Peru: Candidatos prometem em debate fim da desigualdade social

Os 11 candidatos às eleições presidenciais no Peru – dentre eles, dois ex-presidentes – apresentaram suas propostas neste domingo (13), durante o primeiro debate. Os temas que protagonizaram o evento, transmitido pela televisão, foram a redistribuição de renda e a violência.

No Peru, a taxa de homicídios aumentou 120% nos últimos cinco anos. Em 2009, a proporção era de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. A taxa geral brasileira de homicídios ficou em 26,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, de acordo com o Ministério da Justiça.

Já a desigualdade social diminuiu no Peru entre 2004 e 2009, quando o coeficiente Gini passou de 0,41 para 0,39, de acordo com estudo do INEI (Instituto Nacional de Estadística e Informática). A igualdade perfeita resulta em um coeficiente 0 e a pior, 1.

O ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), com 27% da preferência do eleitorado, de acordo com os institutos de pesquisa Ipsos Apoyo e Instituto de Opinión Pública-PUCP), mencionou por diversas ocasiões que havia voltado ao Peru para redistribuir os benefícios do crescimento e redesenhar o ‘rosto social’ do país. “A melhor maneira que conheço é por meio do investimento em educação: quero que a economia ande de mãos dadas com as políticas sociais”, disse Toledo, que viveu em Stanford, EUA, de 2006 a dezembro do ano passado.

Toledo, líder do partido Perú Posible, é considerado por 29% dos eleitores como o mais democrático, enquanto 25% dos peruanos o classificam como um político de direita ou centro-direita, assim como seu ex-ministro da Economia, Pedro Pablo Kuzcynski.

Kuczynski, quinto colocado na preferência do eleitorado, com 10%, é visto por 27% dos peruanos como um candidato próximo às elites. O economista tinha somente 4% das intenções de voto em janeiro.

Keiko Fujimori, filha do ex-presidente – preso desde 2007 –, passou do terceiro para o segundo lugar nas pesquisas (19,3 % segundo a IOP-PUCP e 22%, pela Ipsos Apoyo) e é vista por 22% dos entrevistados como uma candidata de direita ou centro-direita. Além disso, 21% acredita que é uma líder política próxima dos mais ricos, enquanto 16% a consideram uma líder autoritária.

Em sua participação, Keiko, do Força 2011, defendeu o governo do pai, dizendo que “o crescimento do qual gozamos hoje é resultado das reformas feitas durante o fujimorismo”. Ela prometeu “salário decentes” para os professores, trabalhar pelos mais humildes, dar segurança à população e acabar com a desnutrição infantil. Um professor do ensino fundamental ganha em torno de 660 reais por mês.

O ex-prefeito de Lima, Luis Castañeda Lossio, do Solidaridad Nacional, ocupa atualmente o terceiro lugar nas pesquisas, com 17%. Já Ollanta Humala está em quarto lugar, com 16%.

Para a administradora de empresas Lourdes Caña Bernales, de 35 anos, o debate apresentou ideias muito vagas. Ela criticou o excesso de candidatos: “Muitos não eram sérios, não conseguiram sustentar suas propostas. Esta será uma eleição importante para o país, pois estamos crescendo e precisamos de informação relevante para emitir un voto consciente”.

Fonte: Opera Mundi