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Iêmen decreta estado de emergência por causa de rebelião

O presidente do Iêmen, Ali Abdallá Salé, decretou nesta sexta-feira (18) estado de emergência no país, na sequência dos mais graves confrontos desde fevereiro, quando tiveram início os protestos contra o regime.

O estado de emergência foi anunciado pelo próprio presidente durante uma coletiva de imprensa após uma violenta repressão contra manifestantes, que chegou a matar 41 pessoas e feriu mais de uma centena na capital Sanaa.

Homens do serviço secreto do país e a polícia do Iêmen dispararam sobre manifestantes que exigiam a renúncia de Salé, que está há mais de três décadas no poder. De acordo com a emissora catariana de televisão Al-Jazira, "bandos" armados se insurgiram contra os manifestantes, em apoio ao regime.

Eles teriam aberto fogo contra os manifestantes a partir do topo dos edifícios que circundam a praça da universidade, local de reunião dos manifestantes desde o dia 21 de fevereiro, quando começaram os protestos pacíficos pela derrubada do regime e por democracia.

A repressão "oficial" tentava evitar que a multidão deixasse a praça da universidade e marchasse em direção ao centro de Sanaa. Correspondentes da emissora também reportaram que muitos manifestantes haviam sido mortos com tiros na cabeça ou no pescoço. A maioria dos feridos tinha sido atingida por tiros com munição real.

Medicos de um centro médico próximo da universidade afirmaram à Al-Jazira que mais de 200 pessoas foram feridas. Muitas delas estão em estado grave. Um médico disse que o ataque foi um "verdadeiro massacre".

"Eles querer nos aterrorisar, querem nos arrastar para um círculo de violência que fará a revolução perder o sentido", afirmou Jamal Anaam, um manifestante antirregime.

"Estavamos protestando de forma pacífica e eles dispararam contra nós. Eu não deixarei este lugar até o presidente cair, mesmo que para isso eu tenha de morrer", afirmou outro manifestante, Ahmad, de 25 anos.

"É um massacre", diz Mohammad al-Sabri, um dos porta-vozes das forças oposicionistas. "Isso é parte de um plano criminos de extinguir os manifestantes e os protestos. O presidente e seus parentes são os responsáveis pelo derramamento de sangue hoje".

A oposição declarou que não há mais qualquer possibilidade de sustentar qualquer diálogo com o governo de Salé.

"Nós condenamos esses crimes", afirmou Yassin Noman, atual presidente da frente oposicionista. "Não há mais qualquer possibilidade de entendimento mútuo com esse regime e ele não tem escolha a não ser renunciar e entregar o poder para o povo", encerrou.

Com agências