Médicos paralisam atendimento por um dia

No próximo dia 07 de abril, por ocasião do Dia Mundial da Saúde, médicos de todo o Brasil, que atendem através de Planos de Saúde, vão promover o Dia Nacional de Paralisação.

Nesse dia, não serão realizadas consultas e outros procedimentos eletivos de pacientes conveniados a planos e seguros de saúde, só atendendo os casos de urgência e emergência. Os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data. "Trata-se de um ato em defesa da saúde complementar, da prática segura e eficaz da medicina e, especialmente, por mais qualidade na assistência prestada aos cidadãos", diz a Carta Aberta a População, que está sendo distribuída pela categoria.

Os 160 mil médicos brasileiros, que atuam na saúde suplementar, protestam contra os reajustes irrisórios dos honorários, muito abaixo da inflação. Em sete anos, os planos médicos-hospitalares tiveram 129% de incremento na movimentação financeira, passando de R$ 28 bilhões para R$ 64,2 bilhões. O valor da consulta, no mesmo período, subiu apenas 44%. Em 2011, há operadoras que ainda pagam ao médico de R$ 20,00 a R$ 25,00 por consulta.

No Ceará, a mobilização em torno do Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde, está sendo organizada pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará – SIMEC e pela Associação Médica Cearense – AMC. Na última quinta-feira (17.03) o presidente do SIMEC, José Maria Pontes, e da AMC, Florentino Cardoso, se reuniram com presidentes de sociedades e cooperativas médicas e com um representante do Conselho Regional de Medicina, com o objetivo de preparar e divulgar entre a categoria, o dia de paralisação.

Para José Maria Pontes é preciso uma reação forte contra a exploração dos planos de saúde. "Não podemos nos acomodar", disse, mostrando a necessidade de chamar a atenção da sociedade para o problema, que no final, atinge principalmente a população. "Tudo que os planos de saúde fazem é para favorecer a eles mesmos. Muitos médicos estão fechando consultórios, ou passando a atender só consultas particulares. Não dá pra viver com o valor irrisório que os planos pagam por uma consulta", afirmou.

Já o presidente da AMC, Florentino Cardoso, disso que é preciso denunciar a interferência dos planos de saúde na autonomia do médico e exigir das operadoras e da ANS a regularização dos contratos, que não têm cláusulas de periodicidade e critérios de reajustes, contrariando a regulamentação existente.

Reivindicações dos médicos

– Reajustes honorários médicos, tendo como balizador os valores da CBHPM – sexta edição.
– Regularização dos contratos conforme a Resolução ANS Nº 71/2004.
– Aprovação de projetos de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde.


Fonte: SIMEC