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MST deixa São Borja após acordo com governo do RS

As famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aceitaram, na manhã desta sexta-feira (25), a proposta do governo estadual em relação ao impasse da desapropriação da Fazenda Palermo, em São Borja. Uma comissão se reuniu com as famílias no local e relatou que o governo entrou na Justiça com pedido de mais agilidade na decisão sobre o valor da área.

O governo do Rio Grande do Sul se comprometeu, assim que sair a determinação judicial, a depositar imediatamente o restante do dinheiro ao proprietário, destinando efetivamente a Fazenda Palermo para a reforma agrária.

Sobre a reivindicação do assentamento das demais quase mil famílias acampadas no Rio Grande do Sul, deve ocorrer uma reunião no início da próxima semana entre os governos estadual e federal e o MST para tratar do tema. A comissão que foi até São Borja afirmou que o governo se reuniu com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nesta semana e se comprometeu a fazer uma parceria a fim de assentar todas as famílias gaúchas acampadas.

As famílias sem terra consideram o acordo proposto pelo governo um avanço, mas continuarão mobilizadas para garantir que a reunião do início da próxima semana realmente seja realizada. Os sem terra deixarão a cidade de São Borja e ficarão em um ginásio na cidade de Palmeira das Missões (norte gaúcho), onde irão aguardar a reunião.

Último assentamento no estado ocorreu em 2008

Cerca de 400 famílias sem terra ocuparam a Fazenda Palermo, em São Borja (RS), nesta segunda-feira (21) exigindo que o governo do RS encerrasse o impasse em relação à desapropriação da área, onde podem ser assentadas 54 famílias. Os sem terra também cobram que o governo federal cumpra o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2008 e assente as quase 1 mil famílias que ainda estão acampadas no estado.

Desde a desapropriação de parte da Fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), em 2008, nenhuma família sem terra é assentada no RS. Muitas, vivem há 9 anos em barracos de lona reivindicando a reforma agrária. O governo Lula assentou menos famílias sem terra que o de Fernando Henrique Cardoso e, até o momento, a presidente Dilma Rousseff não apresentou plano de reforma agrária. Milhões de reais são destinados ao agronegócio, mas não há recurso para a reforma agrária, que gera emprego no campo e produz alimentos para a população do país.

Fonte: MST