Otan assume ataques à Líbia nas próximas horas
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, anunciou nesta quinta-feira (24) que a aliança vai assumir o controle da ofensiva militar internacional na Líbia. A mudança do comando pode ocorrer neste fim de semana. Desde sábado (19), as forças da coalizão internacional – lideradas pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha – atacam a Líbia sob o argumento de manter a zona aérea de exclusão na região.
Publicado 25/03/2011 07:53
Segundo Rasmussen, os 28 países que integram a organização concordaram em agir para frear os ataques contra opositores pelas forças do governo do presidente líbio, Muamar Kadafi. Antes de a decisão ser adotada, o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, manifestou cautela em relação ao comando da Otan.
Segundo Davutoglu, o acordo foi fechado após uma teleconferência entre ele e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e os chanceleres da Grã-Bretanha, William Hague, e da França, Alain Juppé.
“Todas as partes envolvidas expressaram suas preocupações, mas tivemos uma discussão muito eficiente e negociamos para minimizar esses temores”, afirmou o primeiro-ministro turco.
Mortes
O novo acordo permitirá que as forças da Otan coordenem os diferentes elementos da operação – o embargo a armas, a zona de exclusão aérea e a ação militar para proteger os civis. Segundo especialistas, a estrutura será semelhante à que opera no Afeganistão.
A alegação de que o envolvimento da Otan na proteção de civis líbios, através de uma estrutura semelhante à utilizada no Afeganistão, é apenas mais uma farsa imperialista. Apenas em 2010, 2.777 civis afegãos morreram em resultado dos confrontos com as forças oficiais. Nos últimos 4 anos, morreram 8.832 nos confrontos.
O objetivo da ofensiva militar na Líbia não é humanitário. A intervenção é mais uma guerra imperialista para o controle dos recursos energéticos do país e domínio dessa região estratégica.
Da redação, com informações da Agência Brasil