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Guaranis encerram encontro reivindicando direitos ancestrais

Os mais de 1.200 indígenas presentes encerraram neste sábado (26) em Amambay, Paraguai, o 2º Encontro da Nação Guarani com uma declaração final revindicatória de seus direitos ancestrais.

Este encontro começou na útima quinta-feira e participaram dele indígenas guaranis originários da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai.

Nos dois primeiros dias do encontro foram debatidos temas como a Territorialidade, Autonomia e Autodeterminação e o livre trânsito da Nação guarani dentro do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Abordaram também a criação de uma instância permanente da Nação guarani dentro desse bloco subregional.

Os representantes dos diferentes povos guaranis concluíram sobre o primeiro tema que o território "é o lugar onde viviam nossos avôs e não lhes faltava nada", o espaço onde se articulam a biodiversidade, a cultura e espiritualidade.

O território, disseram, "é a selva, a que amamos e nos sentimos protegidos, sem medo. É onde vivemos. É a América", refere-se o documento final.

Sobre a lei e seu cumprimento concordaram em que para exigir o cumprimento das leis que os protegem, "os guaranis devemos buscar e consolidar a unidade baseada na espiritualidade e o direito próprio".

"Precisamos ter uma só voz", disseram, e reconheceram que só assim, "unidos", recuperarão o que foi perdido.

Este 2º Encontro da Nação Guarani está marcado no programa comemorativo do Bicentenário da Independência e o vigésimo aniversário do Tratado de Assunção (26 de março de 1991), que deu origem ao Mercosul.

Ao debater a respeito deste último aspecto, os originários consideraram que o reconhecimento político a esse mecanismo de integração regional se dará quando "deixem de nos considerar minoria étnica e nos reconheçam como povo, como Nação".

"Quando reconhecere que existimos como povo antes de que se constituísse o Estado", destacaram.

Participantes na reunião disseram à Prensa Latina que na declaração final, cuja última versão será aprovada hoje, os originários guaranis exigem o respeito à autonomia e a livre determinação de seus povos.

Da mesma maneira, demandam a proteção dos recursos naturais, em especial o Aquífero Guarani, ao fazer parte "do subsolo da territorialidade de nossos povos, que abarcam Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai".

O encerramento do 2º Encontro da Nação Guarani teve a presença do presidente paraguaio, Fernando Lugo, e de outras autoridades.

Com agências