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No Líbano, homenagem ao ex-primeiro ministro polariza socidade

A entrega de uma estatueta em homenagem ao ex-primeiro ministro do Líbano, Rafiq Hariri, acentuou nesta sexta-feira (1) a polarização política no País, assim que a nova oposição ratificou seu boicote para formar um governo de unidade.

O atual primeiro ministro, Saad Hariri, advertiu sobre o perigo de novos confrontos no país devido ao antagonismo cada vez maior entre o bloco 14 de março com o bloco 8 de março, que encabeça o Partido de Deus (Hezbolá), agora maioria.

Ao dedicar uma estatueta em homenagem ao seu pai, morto em um atentado em Beirute, em 14 de fevereiro de 2005, Hariri fez um discurso em tom de diálogo, no qual perguntou se devia contar sobre “os anos difíceis que temos experimentado”, em referência às recentes mudanças políticas.

Ele destacou também o empenho de sua coalizão em “proteger Beirute do risco de cair mais uma vez nas linhas de demarcação”, e relembrou a devastação da capital e dos bairros fragmentados durante a guerra civil libanesa (1975-1990).

O discurso de Hariri na chamada Praça da Unidade Nacional enviou mensagens sutis ao Hezbollah e ao seu sucessor à frente do Executivo, o sunita, Nabil Mikati, quem o presidente Michel Sleiman encarregou de formar um governo.

Rafiq Hariri perdeu o poder logo que o grupo xiita forçou a renúncia de 11 membros de seu gabinete por desacordos com o trabalho de um tribunal da ONU que investiga a morte do ex-primeiro ministro e pretende acusar os dirigentes e membros do Hezbollah pelo crime.

No entanto, o atual chefe do gabinete e sua aliança 14 de março ratificaram sua negativa em integrar essa equipe governamental, na qual prevalece favorável, dentro do bloco majoritário, à repartição de pastas estratégicas, como Interior e Telecomunicações.

O bloco Mudança e Reforma (CR), liderado pelo também chefe do Movimento Patriótico Livre, o católico maronita Michel Aoun, exige 12 dos 30 ministérios do futuro gabinete, incluindo, sobretudo, o Ministério do Interior, disputado com outros membros da coalizão.

De fato, o atual ministro de Energia, Gibran Bassil, apontou a “perigosa” possibilidade de o CR retirar o apoio a Mikati, se persistir o status quo de falta de entendimento na natureza do governo, o número de pastas e o começo para definir a distribuição.

Enquanto o diário An Nahar assegurou que Mikati se reuniu a noite com Sleiman para discutir o processo de formação do governo e assuntos regionais, em particular sobre a Síria, o presidente do parlamento libanês, o xiita Nabih Berri, propôs soluções para “romper o impasse”.

Mesmo evitando dar detalhes, o dirigente do movimento xiita Amal assegurou que “o gabinete de Mikati verá a luz rapidamente”.

Fonte: Prensa Latina