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Comunidade libanesa comemora 11 anos da expulsão de Israel

Centenas de pessoas participaram, nesta quarta-feira (25), da festa da Libertação e Vitória do Líbano, em São Paulo. A comemoração marcou os 11 anos da expulsão das tropas israelenses do sul do Líbano. Promovido pela Associação Beneficente Islâmica do Brasil, o evento contou com a presença de diversas personalidades religiosas islâmicas, diplomatas e lideranças sociais e políticas.

O dia 25 de maio, festa nacional no Líbano, resgata a libertação do país, após 22 anos da ocupação israelense, que causou a morte de cerca de 20 mil libaneses. Nessa data, os libaneses recordam e homenageiam os que lutaram por esta causa e reiteram o compromisso de continuar a batalha em prol da justiça.

“Não é uma data para ser comemorada apenas pelos libaneses, mas um dia de orgulho para todos os homens, mulheres e crianças, que veem a resistência libanesa como uma ação honrosa e que também sonham e lutam pela liberdade e pela dignidade humanas”, diz a Associação Beneficente Islâmica do Brasil.

Durante o ato político e festivo, que ocorreu na noite desta quarta, na Mesquita do Brás, as principais autoridades eclesiásticas das comunidades árabes no Brasil – das cristãs ortodoxas até as muçulmanas – estiveram presentes e discursaram.

Os cônsules do Líbano e da Síria também participaram da atividade, ao lado de representantes de partidos políticos – como os secretários de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, e de Comunicação, José Reinaldo Carvalho – e dos movimentos sociais, a exemplo da presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes.

Ricardo Abreu lembrou que os muçulmanos desfrutam da liberdade religiosa que existe no país, desde a Constituinte de 1946, quando os comunistas fizeram aprovar uma proposição do então deputado, o escritor Jorge Amado.

“Hoje, todos os libaneses, os demais árabes e os brasileiros celebram o 25 de maio, o dia da vitória da unidade, do heroísmo e da resistência do povo libanês, que venceu uma covarde e genocida ocupação israelense de seu território”, destacou o comunista.

De acordo com ele, o imperialismo dos EUA e do aliado Israel são inimigos da soberania e do progresso social dos povos árabes. “Aplicam a política de um peso e duas medidas, de acordo com os seus interesses de dominação da região do Oriente Médio. Promovem guerras para ‘proteger os direitos humanos e os civis’, como a agressão contra a Líbia, e, no caso do Bahrein, apóiam o regime que está massacrando as revoltas populares”, criticou, apontado contradições.

Ricardo Abreu afirmou ainda que, no momento, “o Líbano avança politicamente com a Aliança 8 de Março, constituída por patriotas e democratas, como o líder da resistência Hasan Nasrallah, o general Michel Aoun, e os camaradas do Partido Comunista Libanês, entre outros".

Já a presidente do Cebrapaz, Socorro Gomes, destacou que a paz é essencial para a humanidade, ressaltando o exemplo de resistência dos libaneses. “Ao derrotarem o sionismo, os libaneses ajudaram a provar que ele não é invencível, assim como o imperialismo – que controla céus, mares e continentes – também pode ser derrotado”, completou.

De acordo com ela, o Brasil é solidário com o povo árabe, que ajudou a construir o Brasil como ele é hoje.

Os festejos do 25 de maio foram prestigiados ainda por diversos vereadores, a exemplo de Adilson Amadeu e Jamil Murad. A presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin encaminharam mensagens à comunidade libanesa, e o prefeito Gilberto Kassab enviou um representante.

Brasil, segunda pátria

O presidente da Associação Beneficente Islâmica do Brasil (Abib), BIlal Jomaa, agradeceu a presença das autoridades, representações de entidades e públic0o em geral e discorreu sobre o significado da comemoração do 25 de Maio: “celebramos a libertação do Sul do Líbano e do Vale do Bekaa”.

Para ele, a vitória não aconteceu por acaso. “Fomos libertados depois de muitos anos de destruição, refúgio e sofrimento e depois de muitas mortes e mártires, que deixaram as coisas mais valiosas para defender a nossa honra e nossa pátria”.

O presidente da Abib manifestou também a satisfação de comemorar o Dia da Vitória do Líbano no Brasil, “terra abençoada, nossa segunda pátria”.


História

A história da ocupação do Líbano por Israel, inicia-se em 1978, com uma ofensiva desse país no sul do Líbano (fronteira com o norte de Israel), sob o argumento de combater guerrilheiros da OLP (Organização para Libertação da Palestina).
 
Após os combates e a saída dos palestinos, Israel mantém uma zona de ocupação no sul do Líbano. Em 1982, tropas israelenses invadem o país para combater a resistência árabe, chegando até Beirute. A retirada ocorreria somente em 1985, deixando, porém, cerca de mil soldados na área de ocupação.

Em 1993, Israel bombardeia o Líbano, matando 130 libaneses e, três anos depois, na operação intitulada Vinhas da Ira, morrem pelo menos mais 200 pessoas. Seis anos depois, sob forte resistência libanesa, o estado sionista se compromete a sair do Líbano até julho de 2000, antecipando sua saída para 24 de maio, fato que foi visto por muitos analistas, inclusive israelenses, como uma precipitação e derrota de Israel.

Da Redação,
Com informações da Associação Beneficente Islâmica do Brasil

Atualizado em 27/05/2011, às 14h11 para acréscimo de informações