Ceará: Campanha de sindicalização visa mobilizar Jornalistas

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) aproveita a realização da Semana do Jornalista para lançar, em Fortaleza, a sua campanha de sindicalização, pré-sindicalização de estudantes e ressindicalização.

Campanha de sindicalização visa mobilizar Jornalistas

Com o slogan "Em legítima defesa, sindicalize-se", a campanha esclarece o que é o Sindicato, como funciona, que funções ele cumpre e como é mantido, ressaltando a importância da sindicalização para a defesa dos direitos do trabalhador e para a força da categoria no enfrentamento do patronato e das condições adversas ao exercício profissional.

A campanha tem por objetivo incentivar a participação dos trabalhadores nas lutas em defesa do diploma, salários justos e relações dignas de trabalho. "A participação de todos os jornalistas em sua entidade fortalece a luta da categoria por melhores condições de vida e de trabalho e, principalmente, para a valorização profissional", afirma a secretária-geral do Sindjorce, Samira de Castro. Ela destaca que o sindicato possui um dos mais elevados índices de sindicalização do Brasil, com 57% da categoria associada, ao passo em que a média nacional de trabalhadores sindicalizados não passa de 12%.

Com o advento de novas plataformas tecnológicas e mídias, as condições de trabalho da categoria pioraram, por força da sobrecarga de atividades. As redações diminuem seus quadros ou contratam estudantes para atuar como profissionais "Nos últimos anos, os jornalistas passaram a escrever ou a participar de vídeorreportagens para portais dos veículos na internet, sem qualquer adicional ou vencimento pelo trabalho extra", completa.

O acúmulo, e mesmo o desvio de função, é comum. "Até bem pouco tempo, uma equipe de reportagem de TV era formada pelo jornalista, repórter-cinematográfico, produtor, cabo-man e motorista. Hoje, o jornalista faz tudo e – em alguns casos – também tem que ser pauteiro e editor", comenta. Também não é incomum que os colegas se sujeitem a bancos de horas informais organizados segundo o interesse das empresas e sem qualquer participação do Sindicato como mediador do processo.

Não bastassem as precarizacões, as empresas têm atacado os dirigentes sindicais, com retaliações, transferências de horários e de setores, bem como com demissões. "Tudo isso, evidentemente, se caracteriza como intimidação e prática antissindical. Mesmo assim, e de certa forma, conta com o apoio da Justiça que limita a cobertura de estabilidade sindical", afirma Samira de Castro.

Para combater esse quadro de precarização a secretária-geral do Sindjorce reforça que é preciso, inicialmente, que os jornalistas estejam conscientes da importância da mobilização. "Passa pela discussão de seus problemas com os colegas, com os representantes do Sindicato, e pela própria sindicalização – que é uma forma de fortalecer a entidade para que ela realize ações necessárias à superação das condições de precarização. Por isso tudo isso, em legítima desefa, sindicalize-se", arremata.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Ceará