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Japão joga água contaminada de usina nuclear no mar

A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a central nuclear japonesa de Fukushima, começou a jogar no mar, na noite desta segunda-feira (04), 11.500 toneladas de água radioativa que estava acumulada na usina, informou a imprensa japonesa.

Um porta-voz da Tepco afirmou que 10.000 toneladas de água depositada nas piscinas e 1.500 toneladas atualmente nos reatores 5 e 6 seriam jogadas no Oceano Pacífico. A fonte afirmou, no entanto, que a água tem pequeno nível de radioatividade.

"Não temos outra opção a não ser jogar esta água contaminada no oceano como medida de segurança", afirmou o porta-voz do governo, Yukio Edano.

Vazamento

Ainda nesta segunda-feira, a Tepco usou um líquido com corante em um túnel próximo ao reator 2 da central para tentar determinar a rota do vazamento de água radioativa para o mar.

Segundo a rede de televisão NHK, os funcionários verteram o líquido de cor branca em um túnel que conduz à fossa onde, no sábado, foi detectada uma rachadura de cerca de 20 centímetros, que permite que água com uma elevada radioatividade escape para o mar.

Tentou-se deter o vazamento selando a rachadura com concreto e injetando polímero em pó para absorver a água, mas nenhum desses dois recursos obteve sucesso.

O objetivo do corante é poder seguir a rota exata pela qual chega ao mar a água contaminada, que, por causa de seu elevado nível de radioatividade, se acredita que poderia proceder do núcleo do reator 2.

A Tepco trabalha com várias possibilidades para deter o vazamento ao mar, como tentar tapar a rachadura com produtos químicos ou instalar uma barreira no litoral para conter a água radioativa.

Mortos

O número de mortos por causa do terremoto e o tsunami do dia 11 de março no nordeste do Japão aumentou nesta segunda-feira para 12.157, ao mesmo tempo em que outras 15.496 pessoas continuam desaparecidas, segundo a última apuração policial.

Além disso, em 2.100 refúgios temporários quase 160 mil pessoas continuam abrigadas provenientes das províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais devastadas pela catástrofe.

Em Miyagi, os mortos chegam a 7.431 e há ainda mais de 6.300 pessoas não localizadas, enquanto em Iwate há 3.540 mortos e cerca de 4.500 desaparecidos, e em Fukushima os mortos são 1.126 e os desaparecidos 4.570.

Neste domingo uma grande operação de três dias foi concluída, na qual participaram 25 mil militares do Japão e dos Estados Unidos, junto com policiais, bombeiros e Guarda Costeira, para buscar desaparecidos nas áreas destas três províncias arrasadas pelo tsunami.

Apesar de contar com o apoio de 120 aviões e helicópteros e mais de 60 embarcações, a busca só encontrou 78 corpos entre os escombros e as águas litorâneas, já que se acredita que grande parte dos desaparecidos foi arrastada mar adentro.

A busca não incluiu a área de exclusão decretada em um raio de 20 quilômetros em torno da usina nuclear de Fukushima, onde se trabalha sem descanso para tentar conter a radiação e ativar o sistema de refrigeração danificado pelo tsunami, em uma batalha que o governo japonês advertiu que será "longa".

Fonte: UOL