Ceará participa de Paralisação Nacional dos Médicos

Médicos de todo o Brasil que prestam serviços para operadoras de planos de saúde paralisam suas atividades nesta quinta-feira, 07 de abril. A categoria vai promover o Dia Nacional de Paralisação, numa luta pela valorização do trabalho médico e por reajustes dignos nos honorários pagos pelas operadoras de saúde.

No Ceará, o movimento está sendo coordenado pelo Sindicato dos Médicos. O presidente da entidade, José Maria Pontes, está convocando toda a imprensa, para uma entrevista coletiva, às 10 horas, do dia 07 de abril, dia da paralisação. Ele vai fazer uma análise do movimento e explicar as bandeiras de luta da categoria, que são: a implantação de uma lei que regulamente a contratualização e o reajuste anual de honorários médicos, tendo como base a CBHPM. Os reajustes de honorários dados aos médicos ao longo dos últimos 10 anos estão abaixo dos índices da inflação, não possuem critérios e que, apesar de terem ocorrido várias reuniões com as operadoras, nenhuma proposta concreta foi alcançada.

Para José Maria Pontes, é preciso uma reação forte contra a exploração dos planos de saúde. "Não podemos nos acomodar", disse, mostrando a necessidade de chamar a atenção da sociedade para o problema, que no final, atinge principalmente a população. "Tudo que os planos de saúde fazem é para favorecer a eles mesmos. Muitos médicos estão fechando consultórios, ou passando a atender só consultas particulares. Não dá para viver com o valor irrisório que os planos pagam por uma consulta", afirmou, lembrando que o aquecimento da economia faz com que sejam vendidos mais planos de saúde, porém, sem a contrapartida do credenciamento de novos médicos.

Valor mínimo

De acordo com as entidades médicas o valor mínimo para uma consulta seria de R$ 60,00, com a garantia do estabelecimento de regras contratuais que assegurem o reajuste dos honorários de forma progressiva – tendo como parâmetro a CBHPM – para evitar o surgimento de déficits como o atual. Atualmente, a maioria dos planos de saúde paga entre R$ 25,00 e R$ 40,00 por consulta.

Saúde suplementar

No Brasil, os planos e seguros de saúde são responsáveis diretos pelo atendimento de 45,5 milhões de pessoas. Atualmente, há 1.044 empresas em atividades, que responderam, em 2010, por um movimento estimado em R$ 70 bilhões. O número de médicos que atendem pelos planos é de, aproximadamente, 160 mil, sendo que eles realizam anualmente em torno de 223 milhões de consultas e respondem por 4,8 milhões de internações.

Levantamento realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Médica (Fenam), comprovam a desregulação econômica na área da saúde suplementar. No período de 2000 a 2009, os reajustes autorizados para os planos de saúde acumularam 133%. Este dado é 23 pontos percentuais maior que os 106% registrados no mesmo período pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Números

Fonte: Simec