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Após terremoto, economia do Japão está sob forte pressão negativa

O Banco Central do Japão reduziu suas estimativas sobre a economia do país por causa dos danos provocados pelo terremoto, pelo tsunami e pela crise nuclear. A reavaliação foi acompanhada do anúncio de um pacote de US$ 12 bilhões de crédito barato para empresas nas áreas atingidas.

"A economia do Japão está sob forte pressão para baixo, principalmente no setor produtivo, devido aos efeitos do desastre do terremoto", disse o banco nesta quinta-feira (7) por meio de comunicado.

O terremoto de 9 graus ocorrido no dia 11 desencadeou uma quebra nas cadeias de produção que tem levado a uma escassez de diversos itens — de autopeças a produtos alimentícios.

Na quinta, um segundo tremor, de 7,4 graus, foi registrado no nordeste do país. Avaliações iniciais davam conta que a usina nuclear de Fukushima Dai-Ishi, danificada pelo terremoto, não foi afetada desta vez.

O Banco Central já injetou o equivalente a US$ 937 bilhões no sistema financeiro para tentar estabilizar a economia pós-terremoto. Também na quinta, em outra tentativa de ajudar a economia a se recuperar, o banco manteve a taxa de juros em 0,1%.

Além da indústria, a agricultura também foi fortemente afetada. Segundo relatório do Rabobank International, a produção japonesa de produtos agropecuários, de suínos a vegetais, passará por uma acentuada redução, pondo a indústria alimentícia em uma situação "terrível".

A produção de carne bovina cairá até 9% e a de suína, 13%, de acordo com informe divulgado pelo banco. As carnes de aves e o arroz poderão ter declínio de até 11%. A produção de frutas, vegetais, leite, trigo e frutos do mar também terá declínio, segundo as previsões do banco.

O Japão importará mais produtos agrícolas, incluindo itens básicos, como arroz e leite, de acordo com o Rabobank. O recuo na produção japonesa terá pouco impacto no comércio mundial, afirmou o analista Jean-Yves Chow, do Rabobank, no estudo.

"A importações de arroz e leite em pó desnatado poderiam, em teoria, aumentar drasticamente — mas os níveis dos estoques atuarão como amortecedor", disse Chow.

Segundo ele, "produtos perecíveis — como carne, frutos de mar, frutas e vegetais — provavelmente precisarão de importações adicionais. Ainda assim, mesmo se o Japão tiver de absorver no mercado global essas perdas hipotéticas, o impacto no comércio mundial de commodities será, na verdade, mínimo."

O índice S&P GSCI, composto por 24 commodities, avançou 7,5% desde o fim de fevereiro, sustentado pelo aumento na demanda por matérias-primas, como as commodities usadas no processamento de alimentos.

Da Redação, com informações do Valor Econômico