Manifestantes protestam contra a privatização da saúde

Profissionais da área de saúde e parlamentares pararam o centro do Rio na maior manifestação contra as Organizações Sociais (OS) já realizadas na cidade. Em repúdio à tentativa de privatização da saúde pública, os manifestantes foram em direção à Alerj, onde entregaram pedido de abertura de CPI para investigar a rede pública no estado.

O ato marcou o Dia Mundial da Saúde, sob a coordenação de entidades que compõem o Fórum Nacional Contra a Privatização da Saúde e em Defesa do SUS. Logo após a concentração em frente à sede da Associação Brasileira de Imprensa, a organização do movimento iniciou um ato público, que já reunia diversos profissionais como dentistas, enfermeiros, assistentes sociais, fonoaudiólogos e médicos.

A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) denunciou a precarização do SUS e afirmou que, desde a década de 90, a situação da saúde piorou. “Hospitais estão sendo sucateados e muitos foram fechados, como o Hospital Pedro II, o Iaserj e o São Sebastião. Quantas unidades precisarão ser fechadas e quantas pessoas precisarão morrer para que as autoridades invistam na saúde pública”, questionou a parlamentar.

A parlamentar exigiu que os governantes adotem medidas que valorizem o profissional da saúde, com salários dignos, plano de cargos, carreira e salários (PCCS), capacitação e melhores condições de trabalho.

Durante a passeata, a deputada pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia ocorrida em Realengo.

Segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio (Sindenfrj), Mônica Armada, os protestos também tiveram o objetivo de cobrar a votação da ADIN (ação direta de inconstitucionalidade) 1.923/98, que anula a lei das organizações sociais.

“Em todos os momentos que os governos tentaram privatizar a saúde, mobilizamos a categoria e buscamos soluções para impedir que isso ocorresse. Desta vez não foi diferente. Junto com o Sindicato dos Médicos, o Sindenfrj conseguiu uma liminar que obrigou a Prefeitura a suspender a licitação das OSs”, declarou Mônica.

As OSs são hoje as responsáveis pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), pelo Programa Saúde da Família (PSF) e poderão assumir, sem licitação, o controle das emergências dos quatro grandes hospitais municipais do Rio. A Lei das OS (nº 5.026) proíbe tal modelo de gestão em unidades de saúde já existentes.

Informações do Sindicato dos Enfermeiros