Funcionários da USP podem entrar em greve amanhã

Funcionários contratados querem protestar contra transferência do câmpus; terceirizados montaram piquete nesta terça-feira

Cerca de mil funcionários contratados da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) podem entrar em greve na próxima quinta-feira, 14, em protesto contra a saída de alguns deles para escritórios fora do câmpus, de acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sindusp), Magno de Carvalho.

Eles se reuniram na manhã de hoje e marcaram uma assembleia geral para a quinta, quando serão discutidas duas propostas: ou a greve por tempo indeterminado ou se fazem um ato se recusando a sair do prédio, de acordo com Magno. O prédio da reitoria será totalmente fechado para a realização da assembleia.

Segundo o Sintusp, alguns funcionários da reitoria foram avisados, há cerca de dois meses, de que alguns servidores seriam transferidos para escritórios fora da Cidade Universitária, até o próximo dia 20. De acordo com o Sintusp, eles seriam removidos para escritórios localizados no Centro Empresarial, em Santo Amaro, na zona sul da cidade.

"Essa mudança para outros prédios nos surpreende. Mudar funcionários para locais com 10 ou 15 km de distância da Cidade Universitária é uma medida autoritária e, aparentemente, desnecessária", diz o presidente da Adusp (Associação dos docentes da Universidade de São Paulo), João Zanetic.

A administração da universidade também vem enfrentando outros problemas, segundo o Sintusp, como a demissão de funcionários aposentados que estavam na ativa (feita em período de férias), o desalojamento de grupos de estudos (sem garantias de que eles terão outra locação para suas atividades) e falta de pagamento de terceirizados.

Terceirizados

Os funcionários terceirizados, paralisados desde a semana passada, fizeram novamente uma manifestação em frente à reitoria na manhã de hoje.

Cerca de 300 trabalhadores terceirizados da empresa União (que prestam serviços de limpeza na USP) fizeram um piquete por volta das 11 horas, na Reitoria da Universidade, impedindo a entrada dos servidores.

Os trabalhadores exigem o pagamento imediato de seus salários. Segundo o Sintusp, a reitoria mostrou um documento afirmando que o pagamento foi depositado em juízo. Uma nova assembleia está marcada para as 12h30.

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Da redação, com Estadão