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Henrique Meirelles, o “plano B” de Kassab para a Prefeitura de SP

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, admitiu nesta terça (12) que pode apoiar o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Henrique Meirelles (PMDB), para a sua sucessão em 2012. Segundo Kassab, o ex-presidente do Banco Central (BC) é um "bom nome", embora o prefeito trabalhe para convencer três dos seus aliados mais próximos a concorrer à vaga.

"Tenho muito respeito pelo Meirelles, não descartaria apoiá-lo. Seria até uma falta de respeito falar que o apoiaria sem falar com ele, mas é um grande nome", admitiu o prefeito, após participar da cerimônia de abertura da 10ª Automec (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços), na capital paulista. Nesta quarta-feira (13), Kassab fará em Brasília a reunião de fundação de seu Partido Social Democrático (PSD).

O prefeito afirmou que ainda não conseguiu persuadir o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, nem o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, nem o ex-secretário estadual de Planejamento Francisco Luna a disputar a sucessão municipal. "Vou insistir. Sou teimoso e vou me esforçar muito para que um dos três aceite”, afirmou.

O nome de Meirelles, entretanto, está longe de ser descartado. Kassab manteve conversas recentes com o economista. Chegou a sondá-lo para tocar uma agência de desenvolvimento a ser criada na cidade — mas Meirelles não aceitou a missão, já que estava no seu radar ocupar a APO, após convite feito pela presidente Dilma Rousseff.

Aliados do prefeito, no entanto, viram como uma vitória Meirelles ter voltado para a presidência da associação Viva o Centro — entidade que ele ajudou a criar e a dirigiu de 1991 e 2003. Há quatro semanas, o ex-presidente do Banco Central, filiado desde dezembro de 2009 ao PMDB-GO, tomou posse na entidade, num evento que contou com a presença de Kassab e de vários secretários da Prefeitura.

"É um ganho extraordinário para o município e o nosso centro, pois ele traz a experiência de uma carreira cujo último cargo foi a presidência do Banco Central. Fiz questão de vir aqui juntamente com o secretariado da Prefeitura para prestigiá-lo e dizer para ele contar conosco para, juntos, fazermos uma cidade cada vez melhor. E ela jamais será melhor se não tivermos um centro melhor", disse o prefeito, na posse de Meirelles na entidade.

Kassab vê Meirelles como um bom nome pelo fato de o ex-presidente do BC ter um perfil de administrador e ser uma novidade eleitoral em São Paulo. Caso o cortejo a Meirelles funcione, haveria duas possibilidades: a coligação do PMDB com o PSD ou o ingresso de Meirelles na nova sigla. O prefeito tem boa relação com o PMDB, principalmente com o vice-presidente da República, Michel Temer, que teria interesse em lançar um nome forte de seu partido em São Paulo.

Novo partido

A criação do PSD, a ser oficializada nesta quarta-feira, é outro assunto que mobiliza os correligionários do prefeito. O prefeito paulistano deve liderar a legenda até o meio do ano, quando deve ser constituída uma nova direção.

“Tenho a enorme responsabilidade até o mês de junho ou julho de dirigir a constituição desse partido. Após isso, vou encaminhar a questão à futura direção." O prefeito desconversou ao ser questionado sobre a passibilidade de apoiar o nome da senadora Kátia Abreu (TO) para ocupar o comando o legenda.

Segundo Kassab, os membros da nova legenda terão liberdade de posicionamento, num primeiro momento, sobre o governo federal. "Vamos viver um momento de transição, dando liberdade no nascimento do partido para que os companheiros tenham suas posições em relação ao governo federal, mantendo a sua coerência em relação à campanha do ano passado.”

Mas, apesar da “posição independente”, Kassab adianta que o partido manterá com Dilma a mesma parceria que teve com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ela terá, da nossa parte, como teve o presidente Lula, todo o nosso apoio", reforçou.

De acordo com o prefeito, a legenda a ser fundada já conta com bases sólidas em 18 estados e terá entre seus filiados deputados federais, senadores, vice-governadores e ex-governadores. "Sozinho, ninguém faz uma sigla — e é importante que só venham nessa caminhada pessoas que tenham essa mesma identidade no seu pensamento e em suas convicções.”