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PSD: Líderes partidários dizem que novo partido é "bem-vindo" 

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, reuniu um grupo representativo de políticos no ato de fundação do PSD (Partido Social Democrático), na tarde desta quarta-feira (13), na Câmara dos Deputados em Brasília. A criação de um novo partido é, de um modo geral, bem recebida pelos líderes partidários. E o apoio do PSD ao Governo Dilma é analisado positivamente pelos partidos aliados.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), que criticou a criação do novo partido, vê "com bons olhos" a aproximação de Kassab com a base aliada do governo de Dilma Rousseff. "O fato de ele participar da base, eu vejo com bons olhos, mas a formação de um novo partido, eu acho que enfraquece a democracia brasileira", afirmou.

Para o líder do PCdoB, Osmar Júnior (PI), a formação de um novo partido, ao contrário, fortalece a democracia. “Nós defendemos a ampla liberdade de organização partidária”, destacou, lembrando que essa foi uma conquista importante do país na Constituição de 1988, que permitiu na primeira vez na história do Brasil a liberdade ampla na organização partidária.

“Esse é um ambiente que queremos que permaneça. Na reforma política, nós defendemos a liberdade na organização partidária como elemento basilar, que não se mexa, não toque nesse espaço democrático que existe hoje, que representa conquista mais importante da democracia”, enfatiza o líder comunista.

Quando ao apoio ao governo, ele faz restrições, lembrando que “o apoio deve ser construído em cima do grande projeto de desenvolvimento nacional, dos pilares do Governo Dilma, que começa com a democracia, política de defesa dos interesses nacionais, de relacionamento em pé de igualdade com outras nações e política econômica com crescimento e distribuição de renda”.

Defesa do projeto

Para Osmar Júnior, “qualquer partido que venha se integrar ao governo na defesa dessas políticas será bem-vindo”. E disse que “vamos buscar apoio para defesa dessas políticas em qualquer partido que apoia o governo, que tem leque grande de partidos, e capacidade de atraí-los para defesa desses projetos que temos para o Brasil”.

O líder do PDT, Geovani Queiroz (PA), avalia de forma positiva os dois eventos. Para ele, a criação de um novo partido “é um direito legítimo daqueles que estão insatisfeitos de criar um novo Partido”. Quando ao apoio do PSD ao Governo Dilma, ele avalia que “a base está forte e será mais fortalecida com a vinda do PSD”, acrescentando que o novo partido vai agregar várias tendências, a exemplo do que já ocorre nos diversos partidos da base aliada. “O barco é grande, cabe todo mundo”, afirmou o líder trabalhista.

Para o líder do PT, embora os partidos precisem passar por uma renovação que torne o ambiente partidário mais democrático, o atual sistema não impõe exigências para a criação de um partido político. "É tão fácil formar um partido como é mudar de camisa", afirmou, defendendo “mecanismos que exigissem mais da formação de um partido”.

Na avaliação do deputado Paulo Teixeira, o novo partido de Kassab "é um desejo personalista que não tem nenhum fundo programático".

Maior que os médios

Kassab reúne no novo partido o governador do Amazonas, Omar Aziz, cinco vice-governadores, entre eles o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos; dois senadores – Kátia Abreu (TO) e Sérgio Petecão (AC) e 31 deputados federais, o que torna a bancada do PSD maior que a de legendas de médio porte, como PDT e PPS.

Em seu discurso, Kassab disse que "o PSD nasce com identidade própria, ideias claras, tendo um denominador comum: todos os seus integrantes defendem as liberdades individuais, a liberdade de imprensa, a economia de mercado", disse Kassab.

Ele disse também que o PSD está disposto a ajudar a presidente Dilma. "Queremos ajudá-la a governar, torcemos para que o seu governo dê certo. Mas isso não significa atrelamento. Campanha é campanha, governo é governo", avisou o prefeito.

O ato de hoje deflagra o movimento nacional de recolhimento das 500 mil assinaturas necessárias para a criação do partido e registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, disse que a expectativa é recolher as 500 mil assinaturas em até 90 dias. O objetivo é registrar o partido junto à Justiça Eleitoral até julho, quando se pretende eleger a Executiva Nacional.

Kassab adiantou que não será o presidente nacional da sigla, porque considera a função "incompatível" com seu mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. Mas afastou especulações de que o cargo estaria reservado para a senadora Kátia Abreu (TO), de saída do DEM. "Seria um desrespeito definir isso sem ouvir os demais companheiros", afirmou.

De Brasília
Márcia Xavier
Com agências