Presidente do Cebrapaz critica interferência dos EUA na Síria
Na noite da última segunda-feira (18), lideranças políticas se reuniram no Clube Árabe Sírio de São Paulo para comemorar o 65º aniversário de independência da Síria.
Publicado 19/04/2011 10:57
Durante o evento, a presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes, criticou as interferências dos agentes de Israel e dos Estados Unidos “com o intuito de desestabilizar o país, atacar o governo do presidente Bashar al-Assad e criar artificialmente tensões e conflitos dentro das fronteiras sírias”.
Socorro defendeu ainda o papel da Síria para a construção da paz entre os povos árabes. “A postura firme e de princípios em defesa de sua soberania, da paz, da justa solução para os conflitos internacionais e de solidariedade aos povos árabes irmãos (…) confere ao governo e ao povo sírio o reconhecido respeito entre os povos ao redor do mundo”, enfatizou.
Durante seu discurso, Socorro alertou ainda que o imperialismo norte-americano quer preparar um ambiente favorável a mais uma agressão militar contra a Síria. Mas, afirmou estar segura de que o povo sírio saberá dar uma resposta justa e adequada aos “intentos de desestabilização”.
Ao lado do vereador do PCdoB, Jamil Murad, Socorro mencionou as ações ocorridas durante o governo Lula, como a concretização da iniciativa da Cúpula América do Sul-Países Árabes, e que agora têm continuidade com o governo da presidente Dilma Rousseff. “A Síria foi o primeiro país árabe a ser visitado pelo presidente Lula, tendo como características históricas a aproximação e o aprofundamento dos laços entre ambos os países”, recordou.
Por fim, Socorro destacou a opinião do Cebrapaz em relação ao conflito que atinge o povo sírio. “Temos posição antiimperialista, em defesa da paz mundial e solidariedade irrestrita aos povos agredidos. Somos solidários ao povo e ao governo da Síria na defesa de sua autodeterminação”, ressaltou ela. “Convictos de que o imperialismo não é invencível, aproxima-se o dia de nossa vitória, o imperialismo será derrotado e abriremos então uma nova página na história da humanidade”, finalizou.
Cenário de crise
Desde 18 de março a Síria é cenário de manifestações da oposição em todo o país, que exigem reformas políticas.Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas nos últimos dois dias durante os distúrbios e choques armados ocorridos na cidade síria de Homs, que se intensificaram na madrugada desta terça-feira (19), segundo o grupo opositor A Revolução Síria.
O Ministério do Interior sírio qualificou em comunicado os incidentes ocorridos nos últimos dias em Homs e na vizinha Banias de uma "rebelião armada" levada a cabo por grupos armados de organizações salafitas que querem estabelecer emirados islâmicos salafitas, informou a agência oficial de notícias Sana.
Segundo o comunicado, estes grupos radicais teriam assassinado membros do Exército, da Polícia e civis, além de terem atacado propriedades públicas e privadas.
Da redação, com informações de agências.