Senadora quer mais centros de tratamento para drogados no Norte

Embora a maioria dos estados do Norte faça fronteira com Bolívia, Colômbia e Peru – países onde são produzidos 99% de toda a pasta base de cocaína no mundo -, na região existem poucos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), criados pelo governo federal, que contribuem para a recuperação de dependentes químicos que desenvolvem problemas mentais.

São apenas dez no Amazonas, três no Amapá e somente dois no Acre e Roraima. Pará e Rondônia são os que receberam o maior número de centros na região: 44 e 16, respectivamente.

Esse balanço foi feito pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) durante o ciclo de debates sobre crack, realizado nesta quarta (20), pela Subcomissão Temporária do Senado que trata de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos e Álcool, Crack e Outras Drogas.

Os centros foram criados pelo Ministério da Saúde para oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
A senadora defendeu que a distribuição deles por unidade da federação precisa ser revista. Atualmente o governo leva em conta o número de habitantes e não a proximidade dos Estados nas áreas de maior risco de disseminação da droga.

No Amazonas os Centros são localizados nas cidades de Manaus, Parintins, Tefé, Codajás, Iranduba, Rio Preto da Eva, Borba, Apuí, Manicoré e Itacoatiara. A senadora defende que além dessass importantes cidades, os Centros se estendam também aos municípios fronteiriços como Boca do Acre, Pauiní, Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, entre outros.

“Não há como recuperar nenhum dependente químico sem cuidar do lado psicossocial, por isso os CAPS são de extrema importância nesse processo”, disse.
Fronteiras – Outra preocupação da senadora com relação à disseminação da droga no Brasil são as fronteiras. Nessa questão, ela também pediu atenção especial para os Estados da Amazônia fronteiriços com os países Bolívia, Brasil e Peru.

A mais recente divulgação feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela que em 2009 os três países juntos cultivavam mais de 158 mil hectares de folhas de coca, assim distribuídos: Colômbia, 68 mil hectares; Peru, 59 mil hectares; Bolívia, 30.900 hectares. A pasta base de cocaína é produzida a partida da folha de coca.

Em 2010, o governo federal criou o Plano de Enfrentamento do Crack e Outras Dorgas, cujo objetivo é fortalecer as ações de enfrentamento ao tráfico de crack e outras drogas ilícitas em todo o território nacional com ênfase nos municípios de fronteira.

O debate no Senado contou com as presenças de Carlos Vital Lima, presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina (CFEM); José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira; Emmanuel Cavalcanti, representando a Associação Brasileira de Psiquiatria; e o Frei Hans Heinrich Stapel, fundador da Fazenda da Esperança.

Da Assessoria de imprensa da Senadora Vanessa