Lula Morais alerta para uso indiscriminado de agrotóxicos

O deputado Lula Morais (PCdoB) foi à tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (20/04), para informar que a pesquisa do Ministério da Saúde revelou que um em cada três trabalhadores rurais da Chapada do Apodi, na divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte, sofrem de intoxicação aguda.

Segundo ele, isto é reflexo do uso indiscriminado de agrotóxicos. O Brasil é o maior consumidor do planeta deste tipo de produto. O Ceará é o quarto do País – só perde para os estados do Sul – e o primeiro do Nordeste. “É um elemento extremamente nocivo para a saúde humana”, disse, citando sintomas como irritação, dores, tonturas, depressão, sangramento, fraqueza óssea, redução de memória, câncer e até morte.

O consumo é tanto que, proporcionalmente, é como se cada brasileiro utilizasse cinco litros de veneno por ano. Conforme Lula, estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso (MT) indicou veneno até no leite materno de grávidas ou mulheres em período de amamentação. Percentuais de intoxicação foram diagnosticados em todas as 72 analisadas.

Em aparte, o deputado Perboyre Diógenes (PSL) citou o desaparecimento de espécies de pássaros típicos do Interior em decorrência do uso excessivo de veneno em roçados. “Os pequenos agricultores usam sem critério. Compram em qualquer bodega. Tem que ter fiscalização para a gente salvar o nosso sertão e a nossa população”, frisou.

O deputado Welington Landim (PSB) comparou a situação do Ceará com a do Japão, que sofre com a irradiação de usinas nucleares. “Aqui é em pequena proporção, mas em larga escala. É gente sendo intoxicada todo dia. E uma intoxicação silenciosa, que mata lentamente”, pontuou.

Áudio (Disponibilizado no Portal por uma semana)

Greve na construção civil

Também nesta quarta-feira, o deputado Lula Morais (PCdoB) afirmou ser a favor da greve dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza, deflagrada esta semana.

Abril é o mês da data-base da categoria, que reivindica principalmente melhorias salariais. “É uma classe muito explorada e presta um grande serviço ao nosso País. É quem pega no cimento e colher de pedreiro. Muitas vezes, são mal interpretados e tachados de baderneiros”, citou.

Fonte: Agência de Noticias da Assembleia Legislativa