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Ditador do Iêmen aceita acordo para deixar poder em 30 dias

Ele fechou trato negociado por países vizinhos em troca de imunidade. Oposição diz que concorda com proposta, mas com reservas.

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh aceitou um acordo negociado por países árabes vizinhos para deixar o poder em 30 dias, de acordo com seu assessor Tariq Shami, ouvido por The Wall Street Journal.

"O presidente Saleh recebeu bem a proposta e a aceitou", disse Shami ao diário americano. "Embora o presidente Saleh tenha direitos constitucionais para permanecer no poder, ele está disposto a deixar o cargo voluntariamente."

A agência Associated Press informa que o acordo foi noticiado também na TV estatal do país, detalhando que Saleh deixaria o poder em troca de imunidade contra processos. O ministro de Relações Exteriores do país teria informado os países que negociavam o impasse de que Saleh aceitou a proposta.

O movimento oposicionista que exige a sua saída imediata disse sábado (23) que também concorda com a proposta dos mediadores, mas com reservas. Os oponentes do governo não aceitam um artigo que dá ao Parlamento o direito de rejeitar a renúncia do presidente.

Discurso

Ainda neste sábado, Saleh havia acusado a oposição de arrastar o país para uma guerra civil, num momento que os iemenitas se juntam em uma série de manifestações contrárias ao seu regime, que já dura 32 anos.

Os Estados Unidos, aliados históricos do ditador, pediram que Saleh inicie o processo de transferência de poder no país.

Egito e Tunísia

As manifestações no Iêmen, inspiradas por levantes que derrubaram os líderes do Egito e da Tunísia, chegam agora ao terceiro mês e levam dezenas de milhares de pessoas para as ruas quase todos os dias. Elas querem o fim do regime opressor aliado ao imperialismo e também da pobreza endêmica e da corrupção.

Cerca de 120 manifestantes já foram mortos.

Até 90% das lojas, mercados e escolas estavam fechadas na cidade portuária de Áden, no sul do país, disse uma testemunha à agência Reuters. Havia somente alguns pedestres nas ruas e quase nenhum carro.

Com agências