Rio Claro: em entrevista, presidente do PCdoB reafirma ousadia

Presidente do Partido fala sobre as expectativas com relação ao processo eleitoral que se aproxima. Curinga defende que a Câmara Municipal tenha 21 vereadores a partir de janeiro de 2013.

Luiz Carlos Rodrigues Rezende, mais conhecido como Curinga, foi entrevistado pela coluna Eleições 2012 do Jornal Cidade de Rio Claro sábado passado (23/4). Presidente do comitê municipal do PCdoB de Rio Claro, no interior do estado, ele falou da disputa por vagas na Câmara Municipal no próximo ano, o desempenho dos atuais vereadores e outros temas.

O PCdoB vive momento especial na política no estado de São Paulo. O desempenho de Netinho de Paula nas urnas, em 2010, quando obteve mais de 7 milhões de votos na disputa por vaga no Senado e a sua já lançada pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo para 2012 fortalece a sigla nas cidades paulistas.

Em Rio Claro a situação não é diferente. O PCdoB quer deixar o grupo de partidos considerados como “nanicos” para ter força na hora de discutir os destinos do município. Para tanto, a primeira medida já foi tomada pelo diretório: a sigla vai disputar vagas na Câmara, em 2012, com a chamada chapa própria, ou seja, sem coligação.

Segundo Curinga, a decisão de disputar as eleições proporcionais, no próximo ano, sem coligação foi tomada há um ano. “É deliberação nacional. O partido foi claro com os presidentes de diretórios. Precisamos aumentar a participação no Legislativo bem como nos governos”, comenta.

Em 2008, recorda-se Curinga, o foco principal do PCdoB era a alternância do poder. “Trabalhamos duro para que a cidade pudesse ser governada por grupo de centro-esquerda. Com relação a disputa proporcional, admito, o PCdoB não tinha musculatura política para lançar chapa completa. Lançamos apenas quatro candidatos junto com o PT. A situação, agora é outra”, observa.

Na avaliação de Curinga, o partido que não conta com representante na Câmara Municipal fica com a força política debilitada. “Mas não podemos fazer política apenas para eleger vereador. As campanhas servem também para que o PCdoB possa divulgar melhor as propostas do partido”, avalia.
Vagas

Com relação ao número de vagas da Câmara Municipal, a partir de janeiro de 2013, Curinga defende que Rio Claro tenha 21 vereadores. Ele explica que o aumento de nove cadeiras não vai onerar os cofres públicos já que o repasse da prefeitura ao Legislativo será o mesmo ou até menor do que acontece hoje.

“Com 21 vereadores, vai aumentar a participação popular na Câmara. Outros setores da política não terão mais interferência direta no Legislativo”, afirma o presidente do PCdoB. “Com 12 parlamentares, o debate político fica prejudicado. Defendo a ampliação do debate”, acrescenta.

Governo Altimari

Ao avaliar o Governo Altimari, Curinga diz que a cidade está diante de um processo que vai avançar muito mais. A seu ver, Rio Claro vinha de um governo que desvalorizava a máquina pública e seus funcionários. “Antes, alugava-se tudo. Tudo era terceirizado. O servidor municipal foi deixado de lado. Essa situação está sendo revista agora”, comenta.

Questionado sobre a avaliação do Governo Altimari, perante a opinião pública, no momento, Curinga dispara: “Todo governo tem problema, inclusive o do ex-presidente Lula. Não estamos ainda, aqui em Rio Claro, diante de um processo ideal, mas está claro que estamos avançando”.

Curinga encerrou a entrevista afirmando que o PCdoB é alternativa para dirigir uma cidade como Rio Claro, estar no Legislativo e de fortalecimento dos movimentos culturais. “O nosso partido pensa no país onde a nossa cidade está inserida”, finalizou.

Da redação, com informações do Jornal Cidade