Estados Unidos procuram sabotar unidade palestina

Diante da divulgação de novos acordos fechados entre os movimentos palestinos Hamas e Fatá nesta quarta-feira (27), pela formação de um governo comum transitório, os Estados Unidos já iniciaram o processo de torpedeamento do processo.

"Os Estados Unidos apoiam a reconciliação palestina sob condições que promovam a causa da paz. O Hamas, no entanto, é uma organização terrorista que tem como alvo os civis", provocou o o porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor, em comunicado divulgado na tarde desta quarta.

A criação de um governo palestino provisório que reúna os dois principais movimentos políticos locais vai contra os anseios imperialistas dos Estados Unidos no Oriente Médio, de acordo com a nota divulgada pela Casa Branca.

"Para ter um papel construtivo em alcançar a paz, qualquer governo palestino deve aceitar os princípios do Quarteto e renunciar à violência, respeitar os acordos passados e reconhecer o direito de Israel de existir", ameaçou.

O acordo, obtido após uma série de encontros no Cairo, no Egito, encerra quatro anos de disputas e rivalidades. As relações entre os dois grupos foram rompidas depois que o Hamas expulsou militantes do Fatá do governo da Faixa de Gaza, que haviam sido colocados no lugar após a queda do gabinete de Ismail Haniyeh, então primeiro-ministro pelo Hamas.

O conflito fez surgir duas administrações palestinas, uma em Gaza sob administração do Hamas e outra na Cisjordânia, sob a liderança da Fatá.

Segundo a Mena, o acordo compreende a formação de um governo único com membros dos dois movimentos, que será incumbido de preparar as eleições presidencial e legislativa para daqui um ano.

Alguns pontos importantes da unidade palestina ainda estão em negociação, como o controle das forças de segurança. A formalização do acordo, porém, ainda não foi finalizada.

Munib Al Masri, um dos mediadores, afirmou que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, membro da Fatá, e o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, assinarão o acordo de reconciliação no dia 5 de maio, no Cairo.

Até o momento, "os dois lados assinaram cartas preliminares de um acordo", de acordo com o porta-voz do governo do Hamas na Faixa de Gaza, Taher Al Nono, citado pela agência Reuters.

Israel detona acordo

Diante do anúncio, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a ANP deve escolher "entre a paz com Israel ou a paz com o Hamas".

"Não é possível a paz com os dois porque o Hamas tem a aspiração de destruir Israel e já manifestou isso abertamente", ameaçou, demonstrando claramente que, para Israel, a unidade palestina é o pior desfecho para a situação.

Com agências