Sem categoria

Otan aniquila 12 oposicionistas líbios em ataque a Misrata

Pelo menos 12 líbios amotinados contra o governo do país foram mortos nesta quinta-feira por bombardeios aéreos do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) na cidade de Misrata, de acordo com fontes dos rebeldes, ao mesmo tempo que tem início a visita de uma missão da ONU para investigar supostos abusos contra civis.

Um porta-voz dos amotinados que combatem as tropas do exército líbio indicou que aviões da Otan dispararam em duas oportunidades contra uma fábrica de sal na cidade portuária, causando também ferimentos a cinco pessoas.

A agressão, que o comandante amotinado Abdulá Mohamed descreveu a jornalistas como "um acidente que poderia ser evitado", aconteceu na tarde de quarta-feira em uma posição que os rebeldes já haviam repassado ao pacto militar.

Enfrentamentos intensos são registrados há alguns dias em Misrata, onde a oposição ao governo de Muamar Kadafi assegurou ter controlado a enseada e a região portuária da cidade, para poder receber ajuda exterior e evacuar civis para Bengazi, sede do Conselho Nacional de Transição (CNT).

Os amotinados acusaram o Exército de disparar foguetes terra-terra contra a terceira cidade do país e pediram à Otan redobrar seus bombardeios aéreos, daí que, a princípio, se negaram a admitir o massacre e evitaram desencorajar mais ataques contra Kadafi.

De acordo com fontes da rebelião armada, pelo menos em outras duas ocasiões os aviões de potências ocidentais atingiram posições dos amotinados, nas cidades de Ajdabiya e Brega, dados que serão investigados por representantes da ONU recém chegados ao país.

Uma equipe de três especialistas viajou na quarta-feira para Tripoli e deu início às investigações, a partir de um decisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que submeterá o relatório a um exame no mês de junho.

Chefiada pelo jurista egípcio e especialista em crimes de guerra, Sherif Bassiouni, a missão foi criada em seguida às denúncias de "sérias violações" contra os direitos humanos dos civis na Líbia, supostamente executadas por ordem de Kadafi.

Ao mesmo tempo, as autoridades de Trípoli assinalaram que estão treinando homens, mulheres e jovens, assim como estão entregando armas e munições aos civis para que defendam o país de uma eventual invasão terrestre da Otan, algo não descartado devido ao atual estágio de estagnação do conflito.

A preparação dessas pessoas pelo governo do país coincide com a decisão dos Estados Unidos de enviar US$ 25 milhões aos amotinados como uma ajuda aparentemente "não letal", e autoriza empresas americanas a comprar do CNT petróleo, apesar do bloqueio econômico imposto pela ONU.

Com informações da Prensa Latina