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Dia do Trabalhador: comerciário é lembrado em sessão no Senado

O Dia do Trabalhador foi lembrado em sessão especial do Senado nesta segunda-feira (2). A Câmara realiza sessão solene nesta terça-feira (3), em comemoração ao 1º de maio. O senador Paulo Paim (PT-RS) abriu a sessão falando das dificuldades da vida dos trabalhadores – duras jornadas, condições aviltantes de trabalho e a salários baixos. Ele disse que o Congresso é sensível a essa realidade e destacou as leis em vigor e os projetos em tramitação para melhorar as condições de trabalho no país.

A maioria dos líderes sindicais presente à sessão também reclamou do descumprimento da legislação trabalhista, que, segundo eles, prejudica principalmente o trabalhador do comércio. Esse profissional é obrigado a trabalhar no fim de semana sem auferir o ganho previsto em lei para o trabalho extra, sem direito a vale-transporte e sem receber o vale-refeição.

José Augusto da Silva Filho, que representou o Fórum Sindical de Trabalhadores, disse que a data deveria ser usada mais para reflexão do que para festa, em alusão as festas grandiosas que aconteceram em todo o país neste domingo – 1º de maio.

Ele defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho e o que prevê o fim do Fator Previdenciário. Outra proposta defendida pelo sindicalista, que também é vice-presidente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), é a que regulamenta a profissão dos comerciários. “É um absurdo ainda não ser reconhecida a profissão mais antiga que temos”, criticou José Augusto.

Ganância dos lojistas

Francisco Luiz Saraiva Costa, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Distrito Federal, que também integra a Federação dos Trabalhadores do Comércio do Distrito Federal, alertou para os problemas enfrentados pelos trabalhadores desse setor. Segundo ele, a categoria é prejudicada pela "ganância por lucros" dos lojistas, que exigem a abertura dos estabelecimentos aos domingos e à noite.

Ao encerrar a sessão, Paim lembrou aos trabalhadores o poder de que dispõem: “Toda vez que avançamos aqui foi quando os tambores nas ruas foram batidos. Esse país não é tocado sem os trabalhadores. Esse caminho da luta permanente é uma obrigação nossa. Sem batalha não há vitória”.

Ao final foi executada a canção “Só peço a Deus”, na voz de Mercedes Sosa:

Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucado brutalmente

Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente

De Brasília
Márcia Xavier
Com Agência Senado