Assembleia aprova Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino

A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade nesta terça-feira (03) o PL 337/2010, de autoria do deputado Raul Carrion, que cria o Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino, em 29 de novembro.

diaestadualpalestina - marcelo bertani alers

Representantes da comunidade palestina no RS acompanharam a votação no plenário, entre eles o Presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil, Elayyan Taher Aladdin, e a presidente da Sociedade Árabe-Palestina do RS, Fatima Ali.

De acordo com a nova lei, que segue para a sanção do governador Tarso Genro, o dia 29 de novembro fica instituído no RS como o Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino, lembrado com atividades alusivas elaboradas conjuntamente com entidades árabes-palestinas.

Aladdin comemorou a decisão e o fato de ter sido o Rio Grande do Sul o primeiro Estado do País a institucionalizar a data. O Estado possui a maior comunidade palestina do país, com cerca de 25 mil pessoas. “Ganhamos força na luta pela construção de um caminho pacífico para o reconhecimento do Estado Palestino”, disse.

A data foi escolhida por ser o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, criado pela Resolução nº 32 da ONU, de 1977. Nesse mesmo dia, em 1947, a ONU – sem qualquer consulta à população que lá vivia –, determinou através de sua Resolução nº 181 que o território da Palestina fosse dividido em duas nações. Surgiram então o Estado de Israel (judeu, com 30% da população e 53% do território, abrangendo suas terras mais férteis) e o Estado Palestino (árabe, com 70% da população e 47% do território, com difícil acesso à água). Jerusalém Oriental ficou com a Palestina e Jerusalém Ocidental com Israel.

Em 14 de maio de 1948, menos de seis meses depois, o Estado de Israel foi instalado e reconhecido pela comunidade internacional. Para que isso acontecesse, 800 mil palestinos foram expulsos de suas terras, mais de 500 vilarejos foram extirpados e muitos palestinos foram mortos. E, até hoje, o Estado Palestino não conseguiu ser instalado nem reconhecido.

Situação atual
Com a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou quase toda a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, além de territórios da Síria, Líbano e Egito. Sucessivas resoluções da ONU – como as Resoluções 242/67 e 338/73 de seu Conselho de Segurança, determinando que Israel devolvesse os territórios ocupados –, até hoje não foram cumpridas, em um profundo desrespeito à comunidade internacional, configurando a mais longa ocupação militar dos tempos atuais.

Para agravar a situação, Israel ampliou a política de assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados e construindo milhares de moradias para cidadãos israelenses em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo que classifica como “estrangeiros” os palestinos que aí vivem há milênios. Em consequência, hoje mais de 6 milhões de palestinos encontram-se em campos de refugiados – espalhados pelos países árabes – ou emigrados, muitos dos quais no Rio Grande do Sul.

O Estado Palestino já foi reconhecido por mais de 100 nações – a totalidade dos países árabes, a maioria dos africanos, grande parte dos asiáticos e diversos da Europa Oriental. No último dia 3 de dezembro, o Brasil – através do presidente Lula – foi a primeira nação das Américas a anunciar o reconhecimento da Palestina em suas fronteiras de 1967. Três dias depois, a Argentina anunciou a mesma decisão.

De Porto Alegre,
Isabela Soares