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Americanos torturaram preso para obter informações sobre Osama

Um dos supostos autores do ataque de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Khalid Sheikh Mohammed, foi torturado durante interrogatório no campo de concentração de Guantânamo, situado na base ilegal americana em Cuba, e teria fornecido pistas importantes para que Osama bin Laden fosse encontrado.

As informações estão contidas em documentos revelados pelo site Wikileaks e publicados pelo jornal britânico The Daily Telegraph. Mohammed foi submetido a métodos de tortura como o waterboarding, algemado por dias seguidos na mesma posição e teria contado à CIA o nome do mensageiro pessoal de Bin Laden.

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Uma segunda fonte, o chefe de operações Abu Faraj al-Libi, também membro da al-Qaida e detido em Guantânamo, confirmou a identidade do mensageiro. Al-Libi teria desempenhado um papel fundamental na busca de um refúgio para Bin Laden e chegou a morar no local.

"Questão em aberto"

Leon Panetta, diretor da CIA e indicado pelo presidente para assumir o Pentágono, admitiu que há presos que passaram pela tortura conhecida como "Waterboarding", uma simulação de afogamento, até que falassem.

Esse tipo de afogamento consiste em amarrar um pedaço de pano ou plástico na boca do prisioneiro e, em seguida, derramar água sobre seu rosto. O detido começa a inalar água rapidamente, causando a sensação de afogamento.

"Quanto ao debate sobre se poderíamos ter obtido as mesmas informações por outros meios, acho que esta sempre será uma questão em aberto", distraiu.

WikiLeaks escancara tortura

Recentemente, foi vazada uma nova leva de papéis confidenciais do governo americano pelo site WikiLeaks, trazendo histórias chocantes sobre os presos de Guantânamo.

Uma das maiores polêmicas está relacionada à revelação de que a equipe médica da prisão foi cúmplice de práticas de torturas e maus tratos aos presos, muitos com sinais de doenças psiquiátricas e lesões.

Os militares dos EUA classificaram cerca de cem prisioneiros de Guantânamo como pacientes com problemas mentais, incluindo alguns com depressão severa, esquizofrenia e transtorno bipolar. Vários tentaram o suicídio, incluindo um prisioneiro saudita chamado Mash Alawar Alhabiri que tentou enforcar-se em 2003.

Segundo o grupo Médicos pelos Direitos Humanos, uma organização que analisou os registros médicos de pacientes em Guantânamo, há indícios concretos de abusos físicos e psicológicos, tais como estupro, incluindo execuções fingidas e práticas de tortura, entre elas o “afogamento simulado” . Os médicos da prisão decidiram não investigar ou fazer vistas grossas, como mostram os documentos.

Há quem tenha ficado surpreso com a tolerância de Barack Obama em relação à violência. Desde a campanha eleitoral, o presidente americano dizia-se a favor dos direitos humanos e se opunha a administração de George W. Bush, que usou os atentados cometidos contra os EUA em 2001 para atropelar direitos civis e a própria justiça americana para espionar, prender e executar supostos inimigos.

Com agências