Nova versão sobre ataque a Bin Laden expõe contradições dos EUA
Os Estados Unidos continuam enredados num cipoal de versões contraditórias sobre os detalhes do assassinato de Osama Bin Laden. Uma nova informação divulgada nesta sexta (6) pela imprensa norte-americana voltou a contradizer relatos anteriores da Casa Branca sobre a operação que levou à morte do líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden, no último domingo (1º).
Publicado 06/05/2011 07:40
A imprensa informou que autoridades federais afirmaram que, diferentemente dos dados anteriores, apenas uma pessoa – o mensageiro de Bin Laden – atirou contra as forças especiais que invadiram o esconderijo do líder.
Na última segunda-feira (2), o principal assessor do governo para assuntos de segurança nacional, John Brennan, disse que Bin Laden foi morto com um tiro na cabeça ao resistir à captura.
“Se nós tivéssemos a oportunidade de pegar Bin Laden vivo, se ele não apresentasse qualquer ameaça, os indivíduos envolvidos [na operação] estavam aptos e preparados para fazer isso”, afirmou Brennan.
De acordo com Brennan, o líder da Al Qaeda resistiu e houve troca de tiros com as forças norte-americanas que invadiram seu esconderijo. Ele afirmou ainda que Bin Laden tentou usar uma de suas esposas como escudo, e a mulher acabou morta na ação. Grosseira mentira. No dia seguinte, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, mudou o relato e admitiu que Bin Laden não estava armado.
Segundo Carney, mesmo desarmado, Bin Laden resistiu à captura, e várias pessoas presentes no local estavam armadas, com “intensa troca de tiros”. O porta-voz afirmou ainda que uma das esposas de Bin Laden confrontou as forças norte-americanas e foi alvejada na perna, mas não morreu, contrariando a versão de Brennan.
As versões contraditórias vêm aumentando as críticas e dúvidas sobre a legalidade da operação que levou ao assassinato de Bin Laden, acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3 mil pessoas em Nova York e Washington.
Cobranças da ONU
O investigador independente para as Execuções Extrajudiciais da Organização das Nações Unidas (ONU), Christof Heyns, cobrou nesta sexta (6) do governo dos Estados Unidos a divulgação de detalhes sobre a operação durante a qual Osama Bin Laden foi assasinado. Segundo ele, os peritos devem avaliar a legalidade da operação.
Em comunicado divulgado hoje, Heyns apelou ao presidente norte-americano, Barack Obama. “[O governo norte-americano] deve revelar os fatos para permitir uma avaliação em termos dos princípios legais internacionais de direitos humanos”, disse ele. “É especialmente importante saber se o planejamento da missão permitia um esforço para capturar Bin Laden”.
A cobrança de Heyns vai ao encontro da posição de outros representantes da ONU, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de organizações de direitos humanos. O governo dos Estados Unidos afirma que o ataque foi planejado de acordo com as leis norte-americana e internacional.
Com agências